02/11/10

José Mário Branco - Mais um Grande Músico Português que, escapando aos circuitos comerciais, mantem uma grande coerência e qualidade, sendo um grande cantautor Português!



José Mário Branco - "Eu vim de Longe"

José Mário Branco - "Inquietação"


José Mário Branco e Sérgio Godinho - "O Charlatão"


José Mário Branco - "A Cantiga é uma Arma"


José Mário Branco - "FMI" - (ao vivo/áudio - parte 1)


José Mário Branco - "FMI" - (ao vivo/áudio - parte 2)


José Mário Branco - "Eu vi este povo a lutar!


José Mário Branco - "Ser Solidário"


José Mário Branco - "A Morte Nunca Existiu"


José Mário Branco - "Carta ao Zeca"


José Mário Branco - "Do que um Homem é Capaz"


José Mário Branco - "Alerta"


«José Mário Branco


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
José Mário Branco
Informação geral
Nome completo José Mário Guedes Branco
Data de nascimento 25 de Maio de 1942 (68 anos)
Origem Porto
País  Portugal
Géneros Música de intervenção, Música popular portuguesa
Instrumentos vocal, guitarra acústica, teclados
Período em atividade 1963–actualmente
José Mário Branco (n. Porto, 25 de Maio de 1942) é um músico e compositor (cf. cantautor) português.
Filho de professores primários, cresceu no Porto e frequentou o curso de História, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que não concluiu. Expoente da música de intervenção portuguesa, iniciou a sua carreira durante o Estado Novo, tendo sido perseguido e exilado em França, entre 1963 e 1974. Com ele trabalharam José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto e Camané, entre outros, com os quais participou em concertos ou em álbuns editados como cantautor e/ou como responsável pelos arranjos musicais. Igualmente compôs e cantou para o teatro, o cinema e a televisão. Em 1974 fundou o GAC - Grupo de Acção Cultural com o qual gravou dois álbuns.
Entre música de intervenção, fado e outras, são obras suas famosas os discos Ser Solidário, Margem de Certa Maneira, A noite e o emblemático FMI, obra síntese do movimento revolucionário português com seus sonhos e desencantos. Esta última foi pelo próprio proibida de passar em qualquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública[carece de fontes?]. Não obstante este facto, FMI será, provavelmente, a sua obra mais conhecida. O seu álbum mais recente, lançado em 2004, intitula-se Resistir é Vencer em homenagem ao povo timorense que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia logo após o 25 de Abril. O ideário socialista está expresso em muitas das suas letras.
Em 2006, com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Terminou o 1º ano com média de 19,1 valores, sendo considerado o melhor aluno do seu curso [1]. Os prémios que lhe foram atribuídos, rejeitou, dizendo que é «algo normal numa carreira académica».

[editar] Discografia

Álbuns
Outros
  • Gente do Norte (single, diapasão, 1978)
  • O Ladrão do Pão (EP, Diapasão, 1979)


[editar] Ligações externas



"O Charlatão


Numa rua de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis d'ouro a um tostão
enriquece o charlatão




No beco mal afamado
as mulheres não têm marido
um está preso, outro é soldado
um está morto e outro f'rido
e outro em França anda perdido


É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra


Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces, paga amarga


No beco dos mal-fadados
os catraios passam fome
têm os dentes enterrados
no pão que ninguém mais come
os catraios passam fome


É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra


Na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-s'em quatro zonas
instalados em poltronas


Pr'á rua saem toupeiras
entra o frio nos buracos
dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos
em troca d'alguns patacos


É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra


Entre a rua e o país
vai o passo dum anão
vai o rei que ninguém quis
vai o tiro dum canhão
e o trono é do charlatão


É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra


É entrar, senhorias
É entrar, senhorias
É entrar, senho..."

    01/11/10

    Catástrofes Naturais - O grande terramoto de Lisboa de 1755 foi a 1 de Novembro, já lá vão 255 anos do grande desastre ecológico que abalou Lisboa!

    «Sismo de Lisboa de 1755
    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    Gravura em cobre alusiva ao terramoto de 1755 em Lisboa
    O sismo de 1755, também conhecido por Terramoto de 1755 ou Terramoto de Lisboa, ocorreu no dia 1 de Novembro de 1755, resultando na destruição quase completa da cidade de Lisboa, e atingindo ainda grande parte do litoral do Algarve. O sismo foi seguido de um tsunami - que se crê tenha atingido a altura de 20 metros - e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos (há quem aponte muitos mais[1]). Foi um dos sismos mais mortíferos da História, marcando o que alguns historiadores chamam a pré-história da Europa Moderna. Os geólogos modernos estimam que o sismo de 1755 atingiu a magnitude 9 na escala de Richter.
    O terramoto de Lisboa teve um enorme impacto político e sócio-económico na sociedade portuguesa do século XVIII, dando origem aos primeiros estudos científicos do efeito de um sismo numa área alargada, marcando assim o nascimento da moderna Sismologia. O acontecimento foi largamente discutido pelos filósofos iluministas, como Voltaire, inspirando desenvolvimentos significativos no domínio da teodiceia e da filosofia do sublime.

    Índice

    [esconder]

    [editar] O terramoto

    O terramoto fez-se sentir na manhã de 1 de Novembro de 1755 às 9:30[1] ou 9:40 da manhã,[2] dia que coincide com o feriado do Dia de Todos-os-Santos.
    O epicentro não é conhecido com precisão, havendo diversos sismólogos que propõem locais distanciados de centenas de quilómetros. No entanto, todos convergem para um epicentro no mar, entre 150 a 500 quilómetros a sudoeste de Lisboa. Devido a um forte sismo, ocorrido em 1969 no Banco de Gorringe, este local tem sido apontado como tendo forte probabilidade de aí se ter situado o epicentro em 1755. A magnitude pode ter atingido 9 na escala Richter.[1]
    Relatos da época afirmam que os abalos foram sentidos, consoante o local, durante entre seis minutos a duas horas e meia, causando fissuras enormes de que ainda hoje há vestígios em Lisboa. O padre Manuel Portal é a mais rica e completa fonte sobre os efeitos do terramoto, tendo descrito, detalhadamente e na primeira pessoa, o decurso do terramoto e a vida lisboeta nos meses que se seguiram. A intensidade do terramoto em Lisboa e no cabo de São Vicente estima-se entre X-XI na escala de Mercalli.[3] Com os vários desmoronamentos os sobreviventes procuraram refúgio na zona portuária e assistiram ao recuo das águas, revelando o fundo do mar cheio de destroços de navios e cargas perdidas. Poucas dezenas de minutos depois, um tsunami, que atualmente se supõe ter atingido pelo menos seis metros de altura,[1] havendo relatos de ondas com mais de 10 metros, fez submergir o porto e o centro da cidade, tendo as águas penetrado até 250 metros.[3] Nas áreas que não foram afetadas pelo tsunami, o fogo logo se alastrou, e os incêndios duraram pelo menos cinco dias. Todos tinham fugido e não havia quem o apagasse.

    [editar] O tsunami


    Localização potencial do epicentro do terramoto de 1755 e tempos de chegada do tsunami, em horas após o sismo
    Lisboa não foi a única cidade portuguesa afectada pela catástrofe. Todo o sul de Portugal, sobretudo o Algarve, foi atingido e a destruição foi generalizada. Além da destruição causada pelo sismo, o tsunami que se seguiu destruiu no Algarve fortalezas costeiras e habitações, registando-se ondas com até 30 metros de altura.[1] As ondas de choque do sismo foram sentidas por toda a Europa e norte da África. As cidades marroquinas de Fez e Meknès sofreram danos e perdas de vida consideráveis.[1] Os maremotos originados pela movimentação tectónica varreram locais desde do norte de África (como Safim e Agadir[3]) até ao norte da Europa, nomeadamente até à Finlândia (através de seichas[1]) e através do Atlântico, afectando os Açores e a Madeira e locais tão longínquos como Antígua, Martinica e Barbados.[1] Diversos locais em torno do golfo de Cádis foram inundados:[3] o nível das águas subiu repentinamente em Gibraltar e as ondas chegaram até Sevilha através do rio Guadalquivir, Cádis, Huelva e Ceuta.[1]
    De uma população de 275 mil habitantes em Lisboa, crê-se que 90 mil morreram[2], 900 das quais vitimadas directamente pelo tsunami.[3] Outros 10 mil foram vitimados em Marrocos. Cerca de 85% das construções de Lisboa foram destruídas, incluindo palácios famosos e bibliotecas, conventos e igrejas, hospitais e todas as estruturas. Várias construções que sofreram poucos danos pelo terramoto foram destruídas pelo fogo que se seguiu ao abalo sísmico, causado por lareiras de cozinha, velas e mais tarde por saqueadores em pilhagens dos destroços.[1]
    A recém-construída Casa da Ópera, aberta apenas seis meses antes, foi totalmente consumida pelo fogo. O Palácio Real, que se situava na margem do Tejo, onde hoje existe o Terreiro do Paço, foi destruído pelos abalos sísmicos e pelo tsunami. Dentro, na biblioteca, perderam-se 70 mil volumes e centenas de obras de arte, incluindo pinturas de Ticiano, Rubens e Correggio. O precioso Arquivo Real com documentos relativos à exploração oceânica e outros documentos antigos também foram perdidos. O terramoto destruiu ainda as maiores igrejas de Lisboa, especialmente a Catedral de Santa Maria, e as Basílicas de São Paulo, Santa Catarina, São Vicente de Fora e a da Misericórdia. As ruínas do Convento do Carmo ainda hoje podem ser visitadas no centro da cidade. O túmulo de Nuno Álvares Pereira, nesse convento, perdeu-se também. O Hospital Real de Todos os Santos foi consumido pelos fogos e centenas de pacientes morreram queimados. Registos históricos das viagens de Vasco da Gama e Cristóvão Colombo foram perdidos, e incontáveis construções foram arrasadas (incluindo muitos exemplares da arquitectura do período Manuelino em Portugal).

    [editar] O dia seguinte


    Ruínas do Convento do Carmo, Lisboa
    A família real escapou ilesa à catástrofe. O Rei D. José I e a corte tinham deixado a cidade depois de assistir a uma missa ao amanhecer, encontrando-se em Santa Maria de Belém, nos arredores de Lisboa, na altura do terramoto. A ausência do rei na capital deveu-se à vontade das princesas de passar o feriado fora da cidade. Depois da catástrofe, D. José I ganhou uma fobia a recintos fechados e viveu o resto da sua vida num complexo luxuoso de tendas no Alto da Ajuda, denominado como Real Barraca da Ajuda, em Lisboa.
    Tal como o rei, o Marquês de Pombal, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra e futuro primeiro-ministro, sobreviveu ao terramoto. Com o pragmatismo que caracterizou a sua futura governação, ordenou ao exército a imediata reconstrução de Lisboa. Conta-se que à pergunta "E agora?" respondeu "Enterram-se os mortos e cuidam-se os vivos" mas esse diálogo é provavelmente apócrifo.[carece de fontes?] A sua rápida resolução levou a organizar equipas de bombeiros para combater os incêndios e recolher os milhares de cadáveres para evitar epidemias.
    O ministro e o rei encomendaram aos arquitectos e engenheiros reais, e em menos de um ano depois do terramoto já não se encontravam em Lisboa ruínas e os trabalhos de reconstrução iam adiantados. O rei desejava uma cidade nova e ordenada e grandes praças e avenidas largas e rectilíneas marcaram a planta da nova cidade. Na época alguém perguntou ao Marquês de Pombal para que serviam ruas tão largas, ao que este respondeu que um dia hão-de achá-las estreitas….[carece de fontes?]
    O novo centro da cidade, hoje conhecido por Baixa Pombalina é uma das zonas nobres da cidade. São os primeiros edifícios mundiais a serem construídos com protecções à prova de sismos (antí-sismicas),[carece de fontes?] que foram testadas em modelos de madeira, utilizando-se tropas a marchar para simular as vibrações sísmicas.

    [editar] Impacto na sociedade

    O dia primeiro do corrente ficará memorável a todos os séculos pelos terramotos e incêndios que arruinaram uma grande parte desta Cidade.

    Gazeta de Lisboa, Novembro de 1755.
    O terramoto de Lisboa abalou muito mais que a cidade e os seus edifícios. Lisboa era a capital de um país católico, com grande tradição de edificação de conventos e igrejas e empenhado na evangelização das suas colónias. O facto do terramoto ocorrer em dia santo e destruir várias igrejas importantes levantou muitas questões religiosas por toda a Europa. Para a mentalidade religiosa do século XVIII, foi uma manifestação da ira divina de difícil explicação.
    Na política, o terramoto foi também devastador. O ministro do Rei Dom José I, o Marquês de Pombal era favorito do rei, mas não do agrado da alta nobreza, que competia pelo poder e favores do monarca. Depois de 1 de Novembro, a eficácia da resposta do Marquês do Pombal (cujo título lhe é atribuído em 1770) garante-lhe um maior poder e influência perante o rei, que também aproveita para reforçar o seu poder e consolidar o Absolutismo.
    Isto leva a um descontentamento da aristocracia que iria culminar na tentativa de regicídio e na subsequente eliminação dos Távoras. Para além do agravamento das tensões políticas em Portugal, a destruição da cidade de Lisboa frustrou muitas das ambições coloniais do Império Português de então.

    [editar] O terramoto e a filosofia iluminista


    "Marquês de Pombal" e a cidade de Lisboa, de Louis-Michel van Loo (1707-1771) e Claude-Joseph Vernet (1714-1789), Museu da Cidade, Lisboa
    O ano de 1755 insere-se numa era fulcral de uma grande transformação social: a Revolução Industrial, o Iluminismo, o Capitalismo lançam as bases de uma sociedade moderna em alguns países da Europa Ocidental. O terramoto influenciou de forma determinante muitos pensadores europeus do Iluminismo. Foram muitos os filósofos que fizeram menção ou aludiram ao terramoto nos seus escritos, dos quais se destaca Voltaire, no seu Candide e no Poème sur le désastre de Lisbonne ("Poema sobre o desastre de Lisboa"). A arbitrariedade da sobrevivência foi, provavelmente, o que mais marcou o autor, que satirizou a ideia, defendida por autores como Gottfried Wilhelm Leibniz e Alexander Pope, de que "este é o melhor dos mundos possíveis"; como escreveu Theodor Adorno, o terramoto de Lisboa foi suficiente para Voltaire refutar a teodiceia de Leibniz" (Negative Dialectics, 361). Mais tarde, no século XX, também citando Adorno, o terramoto passou a ser comparado ao Holocausto - uma catástrofe de tais dimensões que só poderia ter um impacto profundo e transformador na cultura e filosofia europeias. Esta interpretação de Theodor Adorno serve de ilustração à sua interpretação da história, que é bastante crítica da sociedade moderna e associada a uma visão ideológica não muito distante do marxismo.

    Ruínas de Lisboa. Após o terramoto os sobreviventes viveram em tendas nos arredores da cidade, como ilustra esta gravura alemã de 1755.
    O conceito do sublime, embora já tivesse sido formulado antes de 1755, foi desenvolvido na Filosofia e elevado a tema de maior importância por Immanuel Kant, em parte como resultado das suas tentativas para compreender a enormidade do terramoto de Lisboa e do tsunami. Kant publicou três textos distintos sobre o terramoto. O jovem Kant, fascinado com o fenómeno, reuniu toda a informação que conseguiu sobre o desastre, através de notícias impressas, servindo-se desses dados para formular uma teoria relacionada com a origem dos sismos. A teoria de Kant, que envolvia o deslocamento de enormes cavernas subterrâneas insufladas por gases a alta temperatura, foi, ainda que mais tarde se mostrasse falsa, uma das primeiras tentativas sistematizadas a tentar explicar os sismos através de causas naturais, em vez de causas sobrenaturais. De acordo com o filósofo marxista Walter Benjamin, o pequeno caderno de Kant sobre o assunto representa, provavelmente, o início da Geografia científica na Alemanha. O mesmo autor chega a afirmar: "E foi, certamente, o início da Sismologia" (frase essa que é mais controversa - talvez o início da Sismologia moderna tenha começado mesmo em Portugal com os estudos incentivados pelo Marquês de Pombal).
    O pensador pós-moderno Werner Hamacher chega a defender a tese de que as consequências do terramoto se estenderam ao vocabulário da Filosofia, transtornando as metáforas da "fundamentação" e dos "fundamentos" das teorias filosóficas, mostrando como estes podem ser facilmente "abalados" pela incerteza: "Sob a impressão exercida pelo terramoto de Lisboa, que tocou a mentalidade europeia numa das suas épocas mais sensíveis, as metáforas da fundamentação ("ground" = chão, em inglês) e dos abalos perderam totalmente a sua inocência aparente; deixavam de ser meras figuras de estilo" (pág. 263). Hamacher defende mesmo que a certeza fundadora da filosofia de Descartes sofreu um considerável abalo após o terramoto.

    [editar] O nascimento da sismologia


    Gaiola pombalina, modelo da estrutura anti-sísmica desenvolvida na reconstrução da Baixa Pombalina
    A competência do ministro não se limitou à acção de reconstrução da cidade. O Marquês do Pombal ordenou um inquérito, enviado a todas as paróquias do país para apurar a ocorrência e efeitos do sismo. O questionário incluía as seguintes questões:
    • Quanto tempo durou o sismo?
    • Quantas réplicas se sentiram?
    • Que tipo de danos causou o sismo?
    • Os animais tiveram comportamento estranho?
    • Que aconteceu nos poços?
    As respostas estão ainda arquivadas na Torre do Tombo. Através das respostas do inquérito foi possível aos cientistas da actualidade recolherem dados fiáveis e reconstituírem o fenómeno numa perspectiva científica. O inquérito do Marquês do Pombal foi a primeira iniciativa de descrição objectiva no campo da sismologia, razão pela qual é considerado um precursor da ciência da sismologia.
    As causas geológicas do terramoto e da atividade sísmica na região de Lisboa são ainda causa de debate científico, existindo indícios geológicos da ocorrência de grandes abalos sísmicos com uma periodicidade de aproximadamente 300 anos. Lisboa encontra-se junto de uma falha tectónica, mas a grande maioria dos sismos tão intensos como o terramoto de 1755 só acontece nas zonas de fronteira entre placas. Alguns geólogos portugueses avançaram a ideia de que o terramoto estaria relacionado com a zona de subducção do oceano Atlântico, entre as placas tectónicas euro-asiática e africana[carece de fontes?].

    [editar] Ver também

    O Wikimedia Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Sismo de Lisboa de 1755

    [editar] Notas

      Há fontes que citam 30 000 vítimas mortais[4]
    1. a b c d e f g h i Kozak, Jan T.; Charles D. James (12 de novembro de 1998). Historical Depictions of the 1755 Lisbon Earthquake. Página visitada em 08/09/2008.
    2. Belo, André (2004). Between History and Periodicity: Printed and Hand-Written News in 18th-Century Portugal. Página visitada em 08/09/2008.
    3. a b c d e Baptista, M. A.; S. Heitor, J. M. Miranda, P. Miranda, L. Mendes Victor (January-March 1998). "The 1755 Lisbon tsunami; evaluation of the tsunami parameters". Journal of Geodynamics 25: 143-157. Elsevier Ltd.. ISSN 0264-3707. Página visitada em 8 de Setembro de 2008.
    4. Sismo de 1755
    • Existe também documentação possível de ser consultada no IPIMAR que contém relatos e inquéritos feitos na época por parte das paróquias, por todo o país, sendo possível constatar com alguma exactidão todo o património e espólio perdido.

    [editar] Bibliografia

    • Benjamin, Walter. "The Lisbon Earthquake." In Selected Writings vol. 2. Belknap, 1999
    • Hamacher, Werner. "The Quaking of Presentation." In Premises: Essays on Philosophy and Literature from Kant to Celan, pp. 261–93. Stanford University Press, 1999.
    • Marques, J. O. de Almeida. Voltaire e um episódio da história de Portugal.(PDF) Publicado originalmente em: Meditações:Revista de Ciências Sociais. Londrina. Vol. 9 n. 2, 2004.
    • Padre Manuel Portal. "História da ruina da cidade de Lisboa cauzada pello espantozo terramoto e incendio, que reduzio a pó e cinza a melhor, e mayor parte desta infeliz cidade", Arquivo das Congregações, 1756.

    [editar] Ligações externas


    1 de Novembro - (as histórias deste dia)

    Amarante - Hoje estive dividido entre Fregim e Mancelos, Famílias Paterna e Materna, no Dia de Todos os Santos e a tarde ficou linda!




    Apesar de nos dias anteriores as condições atmosféricas terem sido extremamente adversas, o Dia de Todos os Santos trouxe-nos um Final de Tarde fantástico, sendo a minha hora preferida para visitar os meus entes queridos que já partiram deste Mundo!


    Dia de Finados - Maria 'Coveira' enterra os mortos como há meio século, isto é que é uma Mulher de Armas, uma autêntica Padeira de Aljubarrota!

    «Maria 'Coveira' enterra os mortos como há meio século por PAULO JULIÃO Hoje


    A coveira de Merufe, em Monção, assiste há 50 anos a uma tradição que leva milhares de pessoas ao cemitério.

    Milhares de pessoas rumam hoje aos cemitérios para a habitual memória aos entes queridos falecidos, num ritual que ainda hoje se mantém bem vivo em pleno feriado de Todos os Santos. Na pequena aldeia de Merufe, em Monção, Maria "coveira" assiste bem de perto a este dia há mais de 50 anos. "Talvez haja menos devoção, mas para alguns ainda é muito importante. Temos emigrantes em França que já chegaram, só para poderem pôr um ramo de flores na campa da família", começa por explicar a coveira de Merufe.

    Apesar de tudo, admite que há 50 anos "a coisa era mais séria" do que nos dias de hoje. "Acho que o pior de tudo é ver morrer cada vez mais jovens e isso não acontecia tanto. Mas os de agora querem mais festa", diz, prontamente acrescentando: "Mas quer queiram quer não, a nossa casa é aquela. Lá no fundo da campa." Ainda assim, muitos outros filhos da terra fazem centenas de quilómetros só para passar pelo cemitério neste dia.

    Na aldeia de Merufe, o "negócio" do enterro dos mortos é assegurado, há mais de sete décadas, pela família Cerqueira, papel assumido no último meio século por Maria, que ainda aos 70 anos garante que vai continuar a enterrar os mortos enquanto tiver forças.
    "Se aos cem anos ainda estiver viva e com forças, continuo a ser a coveira. Mas o que queria mesmo era deixar isto para os meus filhos, mas eles têm outras vidas", conta, à conversa com o DN.

    "As pessoas têm um medo terrível disto. Até fogem." A última esperança de deixar o negócio na família era um primo, que já a ajudava há vários anos. "Foi um des- gosto muito grande. Morreu há três semanas, com 47 anos, amarrado a uma tomada eléctrica. Nem tive coragem para o enterrar e tive de chamar um coveiro de fora", diz, emocionada, Maria Cerqueira.
    Nas campas, que sozinha escava em meio-dia, garante que os únicos sustos que apanha é quando "volta e meia" fica enterrada, pela cintura, sempre que alguma terra lhe desliza para cima. "Fora isso, tenho mais medo dos vivos do que dos mortos", confessa.

    Maria aprendeu a ser coveira com o pai, que durante mais de 30 anos assegurou o serviço na freguesia. Aos 13 anos começou a ajudar no serviço e depois da morte do pai assumiu ela própria a tarefa, sozinha. Até porque mais ninguém da família se mostrou disponível. "Sentem-se mal só de pensar em estar dentro da cova. Quanto mais tratar do resto", garante, dando o exemplo do marido. "De início ainda me ajudava, mas desde que partiu um caixão, porque estava a chover muito, nunca mais quis saber daquilo".

    A tarefa aprendeu-a com o pai, que acompanhava no interior das covas. "Ele já andava meio doente, tinha a gota, e por isso nunca ia sozinho lá para dentro. Eu fui apreendendo e depois convidaram-me para o trabalho", recorda. Por semana pode chegar a fazer aos "dois e três enterros" ou passar um mês sem trabalhar. "É um negócio que não é certo", brinca, sempre bem-disposta e repetindo, incansável: "Os mortos não fazem mal. Os vivos é que fazem a cara do diabo."

    Actualmente pode levar até 110 euros pela abertura de uma cova, mas no negócio há uma regra. "Não enterro ninguém da família. Vem outra pessoa de fora, porque para tudo há limites." Garante que já perdeu a conta aos enterros que fez em Merufe, mas alguns não esquece. "Uma miudinha de 14 anos cá da terra. Bem andei a cobrir de terra só à volta do caixão, mas depois lá tive de acabar e custou-me muito", recorda.

    Para além de coveira, Maria Cerqueira assegura a limpeza do cemitério e até levanta ossadas, "sem problemas". E apesar de garantir que não quer mal a ninguém, sempre vai admitindo que enterrará com um cuidado especial "umas certas pessoas". "Foram-me ao quintal e fizeram-me umas asneiras. Algumas pessoas não me importava de enterrar vivas", diz, sempre em tom de brincadeira.

    Para já garante que continua com forças para "enterrar os outros" e a mudança em Merufe ainda vai ter de esperar. "Enquanto for eu a enterrar os outros é bom sinal. O pior vai ser quando forem outros a enterrarem-me a mim."» in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1700163

    Poesia - O Meu Amigo e Poeta Ângelo Ôchoa, interpela-nos com o Poemeto: "Todos os anos lembramos abalados"


    Todos os anos lembramos abalados, manuelangelo.

    "Todos os anos lembramos abalados.
    Pó irmão nos é igual. Respiramo-lo."

    (Ângelo Ôchoa, Poeta)

    Religião - Hoje é a Romaria aos cemitérios em Dia de Finados, mas nem sempre foi assim!

    «Romaria aos cemitérios em Dia de Finados
    31 de Outubro, 2010
    A ida aos cemitérios para depositar flores nas campas e assim prestar homenagem aos que já partiram é um ritual que se repete ano após ano, mas só nas últimas décadas passou a ser realizado no primeiro dia de Novembro.«Às vezes dá ideia que as pessoas que faleceram morreram esquecidas e, no entanto, os familiares continuam nesse dia [01 de Novembro], talvez só nesse dia, a ornamentar o local», disse à agência Lusa o sociólogo Moisés Espírito Santo.
    Até há cerca de 30, 40 anos, explicou o professor universitário, o dia dedicado aos defuntos era o 02 de Novembro, enquanto o dia 01 «era um dia de festa agrícola, festa de retribuição das colheitas».
    «Há aí uma sobreposição de calendários, porque o Dia dos Finados é o dia 2 e não o dia 1. Isso tende a generalizar-se a todo o país, excepto a liturgia católica, que celebra os mortos, a missa dos defuntos, que se realiza no dia 2», referiu.
    Segundo Moisés Espírito Santo, «a passagem para dia 01 de Novembro é dos anos 1960 com a generalização do feriado no meio industrial e urbano».
    No primeiro de Novembro realizava-se um outro rito, o Pão por Deus, «em que as pessoas ofereciam bolos e certos pães aos mais pobres».
    «Isso é um rito popular que ainda hoje se realiza em certas zonas do país, em que as crianças vão pedir bolos, pães, doces e frutos secos de casa em casa», disse.
    O ritual do dia 01 «hoje em dia é praticamente igual em todo o país e é muito simples: ir aos cemitérios depositar um ramo de flores, estar ali um pouco, uns rezam outros não».
    «Por vezes assiste-se a uma missa, por alma dos defuntos. No passado havia algumas diferenças, com fogueiras à frente dos cemitérios ou até celebrações festivas perto dos cemitérios, mas isso acabou. Hoje as pessoas adoptaram todas o mesmo rito que é o mais simples», disse
    A ida ao cemitério no dia 1 prende-se também, de acordo com o sociólogo, com «constrangimentos sociais».
    «As pessoas fazem-no porque o meio social critica quem não o faça, então mantém-se por coação social», afirmou. Lusa/SOL» in http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3377
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