09/02/16

Religião - O Papa Francisco concedeu, a 20 de Janeiro, em audiência à Congregação para a Causa dos Santos a autorização necessária à dispensa do milagre "formalmente demonstrado" para a declaração de santidade do Beato Bartolomeu dos Mártires, anunciou esta terça-feira a Arquidiocese de Braga.




«Português Bartolomeu dos Mártires será declarado santo

Papa Francisco dispensou a necessidade de um milagre formalmente demonstrado.

O Papa Francisco concedeu, a 20 de Janeiro, em audiência à Congregação para a Causa dos Santos a autorização necessária à dispensa do milagre "formalmente demonstrado" para a declaração de santidade do Beato Bartolomeu dos Mártires, anunciou esta terça-feira a Arquidiocese de Braga.

“Este passo significativo permitirá, em breve, a conclusão do processo de canonização e a declaração pública da santidade de Bartolomeu dos Mártires, antigo arcebispo de Braga e figura de referência do Concílio de Trento”, informa a arquidiocese.

Numa nota pública, D. Jorge Ortiga afirmou que esta notícia foi acolhida “como um novo estímulo para a caminhada arquidiocesana de conversão pessoal e pastoral” e reconheceu em Bartolomeu dos Mártires “um companheiro de viagem que abre novos horizontes” no caminho da nova evangelização.

Bartolomeu dos Mártires foi declarado venerável, a 23 de Março de 1845, pelo Papa Gregório XVI, e beato, a 4 de Novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II.

“A 5 de Fevereiro de 2015, D. Jorge Ortiga entregou, em mãos, ao Papa Francisco um dossiê sobre a vida do antigo arcebispo de Braga e formulou o pedido de canonização equipolente (dispensa do milagre). Com a actual dispensa do milagre, o processo de canonização entra numa fase conclusiva e, a curto prazo, será anunciada a data de canonização”, refere a arquidiocese.» in http://rr.sapo.pt/noticia/46494/portugues_bartolomeu_dos_martires_sera_declarado_santo?utm_source=rss


«Frei Bartolomeu dos Mártires

Bispo de Viana e arcebispo de Braga, nasceu em maio de 1514, em Lisboa, e ingressou na Ordem Dominicana em 1548. Dez anos mais tarde, terminou os seus estudos e ordenou-se sacerdote. Até à sua nomeação como arcebispo de Braga (1558) dedicou-se ao ensino. Enquanto professor teve como aluno, entre outras figuras do seu tempo, D. António, Prior do Crato, futuro pretendente ao trono na crise dinástica de 1578-1580. 

Deixou-nos mais de trinta escritos, dos quais se salientam: Stimulus Pastorum (com 21 edições); Catecismo da Dourina Cristã (com 15 edições) e Compendium Spiritualis Doctrinae (com 10 edições). 

Participou no Concílio de Trento, nos anos de 1562 e 1563, onde se fez notar não só pela defesa do primado peninsular da arquidiocese bracarense, mas também na defesa de uma reforma da Igreja urgente e eficaz. Foi, neste sentido, o primeiro prelado a promulgar os decretos tridentinos, aquando da reunião de um sínodo diocesano de Braga, em 1564. Dois anos depois, organizou o 4.º Concílio Provincial Bracarense, onde se redefiniram e ajustaram os decretos tridentinos segundo as necessidades existentes na província da sua arquidiocese.

Mesmo contra um conjunto de várias oposições, instaurou a reforma na Igreja, ao nível claro da sua arquidiocese, não deixando de influenciar muitas outras. Como linhas de força da sua ação, pretendia formar um clero zeloso e culto, que moralizasse os fiéis e administrasse os bens e os partilhasse pelo povo mais carenciado. Numa época em que a peste arrasava de uma forma avassaladora o povo português, levou mesmo a sua caridade ao extremo, chegando a dar as suas vestes e até mesmo a própria cama.

Como prelado preocupado com a formação do clero e suas reforma de disciplina, costumes e vida eclesiástica, reordenou o Colégio de São Paulo em Braga, definindo os seus programas de ensino de acordo com os princípios imanados em Trento relativos à instrução do clero. Ainda neste âmbito, introduziu e fundou as cadeiras de Casos da Consciência em Braga, em Viana do Castelo e no Seminário Conciliar Bracarense, com o fim de formar o clero segundo as ideias de reforma que defendia. Participou nas cortes de Tomar de 1580, com os arcebispos de Lisboa e Évora. A 20 de fevereiro de 1582, retirou-se das suas funções eclesiásticas, resignando assim também a mitra primacial de Braga.

Faleceu a 16 de julho de 1590, no convento dominicano de Santa Cruz que havia fundado em Viana do Castelo. O seu último suspiro foi o culminar de uma vida regrada e indesmentivelmente cristã; o povo da cidade limiana guardou ciosamente o seu corpo, com armas até, para que os bracarenses não o levassem para a sede da arquidiocese de Braga. Foi beatificado a 4 de novembro de 2001, em Roma, pelo Papa João Paulo II.

Foi objeto de uma biografia, em 1619, intitulada a Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires, da autoria de Frei Luís de Sousa (fidalgo de nome Manuel de Sousa Coutinho que professara na Ordem Dominicana, após resignação ao casamento com D. Madalena de Vilhena, anteriormente casada com D. João de Portugal).» in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [consult. 2016-02-09 16:50:17]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/$frei-bartolomeu-dos-martires


(Viana: Centenário de Frei Bartolomeu dos Mártires)


(500 anos do nascimento de Frei Bartolomeu dos Mártires)


(Sessão de homenagem ao Beato Frei Bartolomeu dos Mártires)

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