09/02/16

Amarante Literatura - O meu Colega e Amigo, Professor Guilherme Koehler, interpela-nos com Pascoaes: "Houve um momento em que, no meio dessa confusão rumorosa e guerreira, se destacou uma voz proclamando um Povo, gritando a Alma duma Raça: foi a voz de Viriato; foi o Verbo criador que encarnou em Afonso Henriques e se tornou Acção e Vitória."



«A Alma de uma Raça.

"Se não existisse uma alma portuguesa, teríamos de evolucionar conforme as almas estranhas, teríamos de nos fundir nessa massa amorfa da Europa; mas a alma portuguesa existe, vem desde a origem da Nacionalidade; de mais longe ainda, da confusão de povos heterogéneos que, em tempos remotos, disputaram a posse da Ibéria.

Houve um momento em que, no meio dessa confusão rumorosa e guerreira, se destacou uma voz proclamando um Povo, gritando a Alma duma Raça: foi a voz de Viriato; foi o Verbo criador que encarnou em Afonso Henriques e se tornou Acção e Vitória. Depois fez-se Verbo novamente, exaltou-se num sonho de imortalidade e foi o Canto eterno d'Os Lusíadas! Depois, cansado das longas terras, dos longos mares, como que adormeceu num sono de tristeza, de olhos postos no Passado.

E por isto tudo, Portugal não morrerá; nem uma Pátria morre, no instante em que encontra o seu espírito. Portugal não morrerá, e criará a sua nova Civilização porque vê que a sua alma é inconfundível que encerra em si um novo sentido da Vida, um novo Canto, um novo Verbo e, portanto, uma nova Acção."

Teixeira de Pascoaes em "A Águia".» in https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10204081585679293&set=gm.999245000129301&type=3&theater

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