31/07/15

Animais - A noite do dia 6 de julho era para ser como outra segunda-feira qualquer no Parque Nacional de Hwange (Zimbábue), até que o leão carinhosamente chamado de Cecil se deparou com um grupo de caçadores que determinariam o seu destino final.



«A terrível história da morte do leão Cecil

São Paulo – A noite do dia 6 de julho era para ser como outra segunda-feira qualquer no Parque Nacional de Hwange (Zimbábue), até que o leão carinhosamente chamado de Cecil se deparou com um grupo de caçadores que determinariam o seu destino final.

Cecil era especialmente famoso no meio conservacionista e era amado em todo o país. Morto aos 13 anos de idade, o leão teve praticamente toda a sua vida monitorizada por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que estudavam a conservação de leões no Zimbábue.

Para se ter uma ideia da relevância de Cecil, o jornal britânico The Guardian o descreveu como sendo ”um dos mais famosos leões em toda a África e a estrela do Parque Nacional de Hwange”. Apesar da a fama e proteção que recebeu ao longo da vida, a sua morte não poderia ter sido mais cruel.

Naquela noite, os caçadores amarraram a carcaça de um animal à traseira de uma caminhonete. Deste modo, conseguiram levar o leão para fora do parque, onde a caça é proibida. Quando conseguiram chegar a cerca de um quilometro de distância do limite entre o parque e uma fazenda, o dentista americano Walter James Palmer o acertou com uma flecha. Mas Cecil não morreu.

Depois de caçá-lo por mais 40 horas, os homens conseguiram encontrar Cecil novamente. Desta vez, para não errar, usaram uma arma. Com o leão morto, lhe arrancaram a cabeça, a pele e tentaram sem sucesso destruir o aparelho de GPS que o animal usava, uma vez que era monitorizado tanto pelo parque.

Segundo a agência do Zimbábue responsável pela administração dos parques (ZCTF), Palmer pagou 50 mil dólares para Theo Bronkhorst, um experiente caçador especializado neste tipo de empreitada. Bronkhorst, contudo, agora enfrenta a justiça do país. Foi preso e liberado sob fiança de mil dólares, mas se for condenado por caça ilegal, poderá passar 15 anos na cadeia.

A repercussão mundial do episódio chegou até os subúrbios de Minneapolis (Minnesota), onde vive o dentista, e fez com que Palmer desaparecesse dos olhos do público desde o início da semana. Seu consultório permanece com as portas fechadas e não há rastros seus nas redes sociais.

Sua única manifestação foi uma nota na qual declarou que jamais soube que o leão em questão era uma “celebridade local” e disse ter confiado na experiência dos guias locais para “caçar dentro da legalidade”. Por fim, se colocou à disposição das autoridades do Zimbábue e dos EUA para prestar quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.

Apesar de toda a polêmica, esta não é a primeira vez que o dentista se envolve em problemas relacionados à prática da caça. Informações da agência de notícias Associated Press revelaram que, em 2008, Palmer matou um urso negro em uma zona proibida. Ao órgão americano que regula a caça, contudo, informou ter matado o animal em outro lugar.

Repercussão

No site da Casa Branca, 70 mil pessoas já assinaram um abaixo-assinado pedindo que Palmer fosse extraditado para o Zimbábue para que seja julgado de acordo com as leis do país. Nas redes sociais, o clima também é de comoção.

Desde que a notícia da morte de Cecil veio à tona, celebridades e usuários do Twitter se manifestaram em apoio às autoridades do Zimbábue e desferiram duros comentários contra Palmer e a atividade da caça.

O comediante britânico Rick Gervais, notório ativista pelos direitos dos animais, foi um deles e fez uma bonita homenagem a Cecil. Na rede social, Gervais escreveu estar “lutando para imaginar alguma coisa mais bela do que isso”. O tuíte foi acompanhado de uma majestosa foto de Cecil. Veja abaixo:


A Dra. Jane Goodall, uma das mais famosas conservacionistas do mundo, disse em nota oficial não ter palavras para expressar a sua repugnância quanto ao que houve com o leão. “Fiquei chocada e enraivecida com a história da morte de Cecil”.

Parque Nacional de Hwange

Fundado em 1922 e localizado a 600 quilómetros de Harare, capital do Zimbábue, o parque é o maior do país e é conhecido por abrigar uma variedade invejável de espécies de fauna e flora. É, por exemplo, lar de uma das maiores populações de elefantes do planeta.

Com a morte de Cecil, lembrou o ZCTF, quem deve assumir a liderança dos grupos de fêmeas é o leão Jericó e isto é motivo de preocupação para a entidade. “Jericó irá provavelmente matar todos os filhotes de Cecil para repassar às fêmeas a sua linhagem. É isto que fazem os leões”.

O vídeo abaixo é uma das memórias que o mundo terá do leão vivo. Divulgado no YouTube pela usuária Paula French, ele teria sido registrado nos idos de 2012 e mostra Cecil interagindo com as fêmeas.» in http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/a-terrivel-historia-do-leao-cecil-morto


(Cecil the Lion)

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