23/10/14

Amarante Hospital - O diretor clínico, Barros da Silva, considerou que a unidade de Amarante, aberta em maio de 2012, “foi preparada para funcionar em regime de ambulatório, mas há muitos constrangimentos que, provavelmente, não foram medidos na altura e outros que decorrem da atual situação de crise”.



«Direção clínica admite que novo Hospital de Amarante foi sobredimensionado

O diretor clínico, Barros da Silva, considerou que a unidade de Amarante, aberta em maio de 2012, “foi preparada para funcionar em regime de ambulatório, mas há muitos constrangimentos que, provavelmente, não foram medidos na altura e outros que decorrem da atual situação de crise”.

O diretor clínico do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), Barros da Silva, admitiu que o novo hospital de Amarante, um investimento de cerca de 30 milhões de euros, foi sobredimensionado.
“A capacidade instalada é muito superior às necessidades para aquela área de referenciação”, comentou, em entrevista à agência Lusa.

O responsável considerou que a unidade de Amarante, aberta em maio de 2012, “foi preparada para funcionar em regime de ambulatório, mas há muitos constrangimentos que, provavelmente, não foram medidos na altura e outros que decorrem da atual situação de crise”.

À Lusa, Barros da Silva comentou ainda que a unidade de Amarante foi dimensionada para funcionar como hospital autónomo, em vez de ter sido pensada para operar num contexto de centro hospitalar, em articulação com o hospital Padre Américo, em Penafiel.

“Se retirarmos toda a patologia aguda importante, nomeadamente o serviço de urgência ou patologia mais diferenciada, que teriam de ser feitos aqui [Penafiel], ficaria um hospital [de Amarante] mais direcionado para ambulatório até às 20:00 e para a consulta externa”, explicou, acrescentando: “Pensou-se num hospital de proximidade, com um conceito, provavelmente, de hospital. E nós devemos ter outro conceito”.

Sobre a inexistência em Amarante de cuidados médicos mais diferenciados, incluindo uma urgência médico-cirúrgica, como a que existiu no passado, explicou “não ser possível haver tantas unidades a prestar os mesmos cuidados numa área geográfica tão pequena”, defendendo a necessidade de “concentrar” esses recursos em Penafiel.

Barros da Silva vincou que em Amarante funciona uma urgência básica “como num centro de saúde”, com avaliação feita por um médico de clínica geral, mas com acesso a meios complementares de diagnóstico (análises, raio-X e TAC).

“Se for detetada uma situação mais complexa, o doente pode ser transferido para um especialista, em Penafiel”, observou.

Barros da Silva adiantou que “a transferência de doentes de Amarante para Penafiel não é significativa, porque os casos mais graves recorrem diretamente a Penafiel (…), porque em Amarante é uma urgência básica”.

Desde o anúncio de construção do novo hospital de Amarante, há cerca de uma década, que se assumiu a aposta nas cirurgias de ambulatório. Contudo, nem essa tem sido conseguida de acordo com a dimensão do equipamento.

Atualmente, sinalizou aquele responsável, estão a ser utilizados dois dos três blocos operatórios, nos são realizadas apenas 10 intervenções cirúrgicas por dia, o que corresponde a cerca de 30% da capacidade instalada.

Barros da Silva admitiu que se trata de um número inferior ao desejado, sobretudo porque o ideal seria concentrar em Amarante as cirurgias de ambulatório de todo o território abrangido pelo CHTS, exceto as que necessitassem de pernoita, que ficariam em Penafiel.

O responsável justifica a situação com a falta de recursos, sobretudo enfermeiros, e o facto de muitos doentes não quererem ser operados em Amarante, devido às dificuldades de transportes, a partir das zonas mais distantes.

“A localização é um constrangimento grande, devido à dispersão do território”, justificou o diretor clínico.

Nas atuais instalações há 48 camas da medicina interna, com doentes de várias especialidades, em função da proximidade geográfica dos docentes.

O hospital de dia tem várias especialidades, “com todas as condições” e está equipado com 25 cadeirões. Funciona ainda um hospital de dia de psiquiatria.

O diretor clínico avançou, por outro lado, que “estão a ser deslocalizados” para aquela unidade os médicos de todas as especialidades para consultas externas aos doentes da zona.

Para Barros da Silva, a preocupação atual é “rentabilizar os equipamentos” da unidade de Amarante.

“A estrutura está criada. Foi gasto dinheiro que é de todos nós. Só temos uma solução, potenciar o que existe e ideias não nos faltam”, concluiu.» in http://www.tamegasousa.pt/direcao-clinica-admite-que-novo-hospital-de-amarante-foi-sobredimensionado/

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