20/01/14

Cidade de Cabeceiras de Basto - Todos os anos, no dia 20 de janeiro, se realiza a ‘Festa das Papas’ no concelho de Cabeceiras de Basto. De forma alternada, ora no lugar do Samão em ano ímpar, ora no lugar de Gondiães em ano par, a população venera S. Sebastião - ‘advogado da fome, da peste e da guerra’. Este ano - 2014 - a festa terá lugar em Gondiães.





«Cabeceiras de Basto: Festa das Papas em honra de S. Sebastião

Todos os anos, no dia 20 de janeiro, se realiza a ‘Festa das Papas’ no concelho de Cabeceiras de Basto. De forma alternada, ora no lugar do Samão em ano ímpar, ora no lugar de Gondiães em ano par, a população venera S. Sebastião - ‘advogado da fome, da peste e da guerra’. Este ano - 2014 - a festa terá lugar em Gondiães. 

Trata-se de uma romaria antiga, cuja origem se perde na memória do tempo. No entanto, reza a lenda local, que na Idade Média, os povos que habitavam aquelas serras foram assolados por uma grande peste que atingiu humanos e animais. Para se verem livres da doença, os habitantes daquelas aldeias sertanejas recorreram a S. Sebastião de quem eram devotos e que os terá libertado de tal ‘maldição’. 

Então, como forma de gratidão, as pessoas prometeram que daí em diante fariam uma festa e ofereceriam o que de melhor o povo tinha, ou seja, o pão, o vinho e a carne, a todos quantos ali se deslocassem para honrar o santo. 

Desde então, todos os anos, no dia 20 de janeiro (dia de S. Sebastião), a promessa renova-se e a festa repete-se, honrando assim um compromisso antigo assumido pelos seus antepassados.

A festa tem lugar no dia 20 de janeiro, mas os preparativos começam uma semana antes. O pão é confecionado e cozido pelas mulheres da aldeia e armazenado na ‘casa do Santo’ para que no dia de S. Sebastião, seja benzido, assim como a carne, as tradicionais papas e o vinho para que depois sejam oferecidos a todos os que se deslocarem à aldeia para honrar o padroeiro.

Com as tarefas dividas, cabe aos homens fazer as papas - iguaria confecionada com farinha de milho e água de cozer as carnes - que podem comer-se quentes ou frias. Do repasto faz igualmente parte a carne de porco, que uma vez cozida é servida em pratos de barro acompanhada pelo vinho verde da região.

A jornada começa cedo, com a bênção dos alimentos, a celebração de uma missa em honra de S. Sebastião e a realização da procissão. Os alimentos, esses são transportados para o local do repasto, onde se encontra uma ‘mesa’ com dezenas de metros, ao longo da qual se colocam no próprio momento, toalhas de linho e sobre as quais se dispõem os alimentos. A distribuição das papas, do pão, da carne e do vinho é feita com uma vara de madeira, que vai marcando o espaço ao longo desta ‘mesa’ improvisada onde se vão colocando os alimentos e ao longo da qual se vão distribuindo os comensais.

Terminada a refeição, algumas das pessoas levam consigo os pedaços de broa que lhes coube para guardarem durante alguns dias, porque acreditam na afamada ‘mezinha’ que existe no pão que foi benzido. Até há quem acredite que a broa nunca ganhará bolor e que serve de remédio para as doenças que afetam as pessoas e os animais.

Trata-se por isso, de uma tradicional e peculiar romaria minhota que todos os anos atrai milhares de forasteiros, que sobem a serra para participar na ‘Festa das Papas’. O mesmo se espera este ano, no próximo dia 20 de janeiro, na freguesia de Gondiães, para mais uma vez darem corpo a uma das mais típicas e originais festas do concelho de Cabeceiras de Basto. 

*** Nota da C.M. de Cabeceiras de Basto ***» in http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=75512


(Procissão 2011)

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