22/07/13

Poesia - O meu Amigo e Poeta, Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poema: "O Miolo do Pão",



"O miolo do pão:

Bem se afadigam lavradores a sol escaldante 
lançando na rasgada terra mínimas sementes. 
Bem se dão incansáveis ceifeiras,... 
com golpes certos, à seara. 
Malha-se na eira, destrinçando na palha loiras espigas 
e nas loiras espigas precioso grão. 
Mós remoem o que será terna farinha. 
Afanam-se aclarando a noite empoados padeiros: 
Amassadas, a forno levam fornadas e fornadas. 
Inquietam-se motoristas e ajudantes: 
Em carrinhas brancas trazem bênção à alta antemanhã. 
Cuidam comerciantes em abrir portas 
p'ra darem a dinheiro desejado pão. 
Cristãos rezamos ao Pai 
para o pão quotidiano nos prover, 
porém no planeta da fome 
produz-se armamento e falta o bem pedido. 
Homem de boa vontade, olha o pão: 
Quando o partires, 
julgues tu que ninguém ouve, 
diz obrigado. 
Talvez por sorte coração magoado multiplique por mil 
o cereal grão até aos irmãos desesperados, 
recôndita alegria."

Ângelo Ochôa, Poeta


"O MIOLO DO PÃO", por Ângelo Ochôa



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