13/07/12

Poesia - José Diniz, um Poeta de Fregim, que também se inspirou na nossa freguesia!



"À minha aldeia

Na minha aldeia solitária e triste
Que o sol beija por entre os pinheirais
Sagrado é para mim tudo o que existe
E vós meus tristes olhos contemplais.

Sagrada é a paz da tarde que declina,
Pela vertente íngreme do Outeiro,
Sagrado é o terno rouxinol que trina,
Sobre o galho franzino do amieiro.

Sagrado é o chão que piso em passos leves,
Dentro e fora do povo e dos casais,
E aquelas orações doces e breves,
No silêncio das tardes outonais.

Sagrados são os raios de luar,
Que a enchem de luz em noites calmas,
E das fontes o doce murmurar,
Na solidão que envolve as nossas almas.

É a canção do regato cristalino,
Na melindrosa e eterna melodia,
E no alto a torre lá do cimo,
A cruz que o sol afaga todo o dia."

José Diniz, 1964 (in "Os meus primeiros versos")

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