14/05/12

Poesia - O meu Amigo Poeta Ângelo Ochôa interpela-nos com o Poema: "Manhã a Sul"




"Manhã a Sul

Donzela roxa punceta desmaia; basta do sol um ténue raio,

reanima-se a rua; se não tivéssemos bolsos, as mãos se despedaçavam;

saltitam avezinhas, p’lo empedrado ensaiando tímidos devaneios;

gaivotas pairam voos altos, brancuras rompem entre neblina;

rafeiros vão perdidos em remanescente ruína, já antes noite petrificada;

salpicando relva, estremece límpida água musical que purifica;

a negrilhos, em fila prolongando a avenida. parecem ascender

para olhos sonhadores do poeta folhas num amarelento matiz;

gotículas do orvalho à clara luz refervidas cristalizam lacrimosas;

aéreas flâmulas transmitem morse, vento, murmúrio libertário;

na nogueira o estorninho desfaz o bico em açúcar no pissitar;

caudalosa a fluir o alto júbilo a hora grita escancarada."


Ângelo Ochôa - "Manhã a Sul"



(Manhã a Sul por Ângelo Ochôa)

2 comentários:

  1. ...escrito nos primeiros dias do ano 2005 num passeia a horas boas, cedinho, a pé de quarteira a vilamoura, abraço, amigo,amigo.corrigido ontem 13v12.

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