15/03/12

Rota do Românico - No próximo domingo, dia 18, celebram-se 422 anos do nascimento de Manuel de Faria e Sousa e a Rota do Românico vai assinalar a efeméride com uma exposição e um percurso pedestre, convidando a conhecer a vida e a obra desta ilustre personalidade do Tâmega e Sousa!

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«422.º aniversário do nascimento de de Manuel de Faria e Sousa


No próximo domingo, dia 18, celebram-se 422 anos do nascimento de Manuel de Faria e Sousa. A Rota do Românico vai assinalar a efeméride com uma exposição e um percurso pedestre, convidando a conhecer a vida e a obra desta ilustre personalidade do Tâmega e Sousa.


Intitulada “Manuel de Faria e Sousa: cidadão do mundo e das letras ao serviço de Portugal”, a mostra é composta por um conjunto de painéis que traçam o percurso biográfico de Manuel de Faria e Sousa enquanto poeta, historiador, epistológrafo, crítico literário e polígrafo, a sua relação com a freguesia de Pombeiro, no concelho de Felgueiras, onde nasceu, e com o Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, as suas obras históricas e poéticas, e o lealismo a Portugal, ainda hoje envolto de controvérsia.


A exposição é gratuita e estará patente no Centro de Informação da Rota do Românico do Mosteiro de Pombeiro, de 18 de março a 29 de abril, de quarta-feira a domingo, das 10.00 às 13.00 e das 14.00 às 18.00 horas. A inauguração está marcada para o dia 18 de março, domingo, pelas 16.00 horas.


No domingo seguinte, dia 25, a Rota do Românico propõe um percurso pedestre, com uma extensão de cerca de 12 quilómetros, pelos caminhos de Manuel de Faria e Sousa.


Percorra lugares que desenham a árvore genealógica de Manuel de Faria e Sousa e onde este viveu parte da sua vida: o Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, onde foi batizado e aprendeu as primeiras letras, a Casa das Portas, pertencente à família Vilas-Boas, e a Casa de Valmelhorado, da família dos Sousas-Homens, das quais descende, a Quinta do Ribeiro, pertença de sua avó, a Quinta do Souto, onde nasceu, e o Lugar da Caravela, onde existiu a Quinta da Caravela, na qual viveu enquanto esteve em Portugal.


O percurso termina com uma visita à exposição “Manuel de Faria e Sousa: cidadão do mundo e das letras ao serviço de Portugal” e à lápide tumular do escritor, no Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro.


A inscrição no percurso pedestre é gratuita e pode ser feita no Centro de Informação da Rota do Românico - Mosteiro de Pombeiro, ou através do correio eletrónico cirr.pombeiro@valsousa.pt e dos telefones 255 810 706 e 910 969 716.




Programa do Percurso Pedestre


08h30 - Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro
Casa das Portas
Casa de Valmelhorado
Quinta do Ribeiro
Quinta do Souto
Monte do Picoto
Lugar da Caravela
Casa do Sobrado
12h30 - Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro
Visita à exposição Manuel de Faria e Sousa: cidadão do mundo e das letras ao serviço de Portugal
Visita à lápide tumular de Manuel de Faria e Sousa
13h00 - Almoço-convívio


Âmbito: histórico, cultural e paisagístico


Extensão: cerca de 12 km
Duração: 4 horas
Grau de dificuldade: moderado
Inscrição: gratuita
Almoço (facultativo): 6 euros


Inscrições


Centro de Informação da Rota do Românico - Mosteiro de Pombeiro
T +351 255 810 706 | +351 910 969 716
cirr.pombeiro@valsousa.pt» in http://www.jornalaberto.com/index.php?option=com_content&task=view&id=2018&Itemid=14


«Manuel de Faria e Sousa


Manuel de Faria e Sousa (Pombeiro, 18 de março de 1590 — Madrid, 3 de junho de 1649) foi um escritor, poeta, critico, historiador, filólogo e moralista português. Suas obras foram quase todas escritas em língua castelhana.


Índice [esconder]
1 Biografia
2 O autor
3 Obra
3.1 Edições Postumas
4 Notas
5 Fontes


[editar]Biografia


Nascido na Quinta da Caravela numa família ilustre segundo ele mesmo informa nas notas do Nobiliário do Conde D. Pedro, "os Farias teriam tido origem num Fernandes Pires de Faria, alcaide-mor de Miranda, em tempos de D. Afonso III, ou, mais seguramente, num seu filho, Nuno Gonçalves de Faria. A este veio a suceder na sua casa um filho segundo, Álvares Gonçalves de Faria, que casado com uma Maria de Sousa, foi pai de João Álvares de Faria, combatente de Aljubarrota, a quem de facto Fernão Lopes menciona. Casado este com a filha de um cidadão de Lisboa, teve pelo menos dois filhos, Álvaro de Faria (comendador de Avis) e Afonso Anes de Faria." Este foi antepassado de Estácio de Faria, o qual "serviu nas armadas com o governador da Índia Diogo Lopes de Sequeira, teve ofício na fazenda do Brasil, foi douto em letras, ”gastou mais que juntou”, e fez filhos em duas mulheres. De uma Francisca Ribeira, do Couto do Pombeiro teve Luísa de Faria, a mãe com Amador Pires de Eiró, da Quinta da Caravela ”e mestre de seus filhos”, de Manuel de Faria e Sousa"[1]...
Estudou nos seminários de Braga para seguir a carreira eclesiástica, mas acabou por recusar esse caminho, casando com Catarina Machado, "filha de Pedro Machado, contador da Chancelaria do Porto, e de Catarina Lopes de Herrera, que o genro declara sepultada na Sé daquela cidade, e teve entre outros filhos a Pedro de Faria e Sousa, capitão da infantaria espanhola, que em Madrid casou com Luísa de Nárvaez"[1]. Este seu filho após a morte do pai em Madrid, logo veio para Portugal onde "foi muito bem recebido por D. João IV, e viria a ser o preparador, para publicação, de grande parte da enorme massa de inéditos do eminente polígrafo.[1]"
Aos catorze anos entrou ao serviço dum amigo do seu pai, D. Gonçalo de Morais, Bispo do Porto, frequentando a escola episcopal, onde aprendeu História, Artes, Literatura, etc. Aí escreveu poesias que foram admiradas, e entrou em relação com altas figuras da época.
Em 1618 morre seu padrinho, tem ele 27 anos, e tem que regressar a Pombeiro, desempregado, com sua mulher e dois filhos.
Mas apenas um ano mais tarde encontra novo protector, e parte para Madrid com a função de secretário particular do conde de Muge, Pedro Álvares Pereira, secretário de estado de Filipe II de Portugal. Aprende rapidamente o castelhano, e passado três anos, publica poesia nesta última língua, que vem a sêr sua língua de predileção.
À morte do seu novo padrinho, D. Manuel já gozava de grande notoriedade. Veio a sêr então Secretário de Estado do Reino de Portugal, cargo que desempenhou em Lisboa, e depois Secretário da Embaixada de Portugal em Roma.
Os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro de Pombeiro em 1660, onde repousam, sob uma laje, à direita do altar-mor.


[editar]O autor


Foi "um dos homens mais eruditos do seu século, gosando por aquelles tempos de uma elevadíssima reputação litterária que, longe de conservar-se intacta, diminuiu consideravelmente com o correr dos annos, e com o progresso do bom gosto e dos estudos criticos", diz dele Inocencio Francisco da Silva[2]. Juizo negativo que está hoje bem temperado por certos eruditos portugueses de relevo como Jorge de Sena, José Hermano Saraiva, e aínda Esther de Lemos, que apesar de não negar certas irregularidades e fantasias de Faria, não lhe negam sua grande autoridade e profundo conhecimento de Camões.
D. Manuel de Faria e Sousa, apesar de escrever quasi tudo em castelhano, escreveu a maoir parte da sua obra em relação a Portugal. À sua escolha dessa língua deve-se o facto de durante a maior parte da sua vida Portugal fazer parte integrante do Reino de Espanha, e da língua castelhana sêr consideravelemente mais divulgada em Europa que a portuguesa : para dar a conhecer as façanhas dos portugueses, e mesmo a grande obra do "seu poeta" Camões, entendeu certamente que era a melhor solução.
A sua obra, a par da sua própria poesia, torna quasi toda em volta dos descobrimentos portugueses, e da figura de Camões.
A ele se deve o primeiro estudo qualificado sobre a vida e obra do grande poeta. Para conferir a Camões o estatuto que hoje lhe reconhecemos, Faria e Sousa teve de enveredar e persistir na investigação para vencer as opiniões da época que criticavam a estrutura, inspiração e a qualidade d’Os Lusíadas.
Hoje, como o dá a entender mais acima Inocêncio Francisco da Silva, Manuel de Faria, a pesar de ser sempre uma figura incontornável da investigação Camoniana, é considerado como um grande falsificador dessa obra, juntando-lhe poemas que não eram da sua autoría mas que considerava de Álto nível, e que por consequente - segundo ele - só podiam ter sido escritos pelo seu poeta ; ou até forjando ele mesmo alguns deles para a grande obra, ou rectificando alguns autênticos, quando le parecia necessário… Mas as proporções de essas manipulações, e a sinceridade de Faria, são aínda hoje tema de debate dos investigadores.
O maior elogio a Faria e Sousa, como crítico literário, encontra-se em Lope de Vega : "assi como Luiz de Camoens es príncipe de los poetas que escrivieron en idioma vulgar, lo es Manuel Faria de los commentadores en todas lenguas."


[editar]Obra




Muerte de Jesus y llanto de Maria. madrid, 1623
fabula de Narciso e Echo. Lisboa, 1623. Em português
Divinas e humanas flores. Madrid, por Diego Flameco 1624
Noches claras. Madrid, por Diego Flameco 1624
Fuente de Aganipe y Rimas varias. Madrid, por Diego Flamengo 1624, 1625, 1626. Poesias em português e castelhano. Em sete partes :
600 sonetos
12 "poemas em outava rythma, silvas e sextinas[2]"
canções, odes, madrigaes, sextinas e tercetos
20 eclogas
redondilhas, glosas, cantilenas, decimas, romances e epigramas
"Musa nueva" com sonetos, oitavas, tercetos, canções, etc. reduzidos a versos octosilabos
"Engenho" de acrostichos, esdrúxulos, ecos, etc.
"Todas as sete partes são precedidas de discursos cheios de erudição, acerca das especies de poesia que cada uma compreende."
Epithalamio de los casamientos de los señores Marqueses de Molina. Saragoça, 1624
Epitome de las historias portuguesas. Madrid, por Francisco martinez 1628
"É a mesma obra que o auctor refundiu e ampliou com o titulo de "Europa portuguesa[2]".
Escuriale por Jacobum Gibbes Anglum. Madrid, 1658. tradução em castelhano duma descrição do Escurial em latim.
Lusiadas de Luis de Camoens, principe de los poetas de España. Comentadas. Madrid, por Juan Sanches, 1639.
"Diz Faria, que começára esta obra em 1614, e que n'ella consumira vinte e cinco annos, examinando mais de mil auctores, e entre estes trezentos italianos. Apesar do applauso com que a obra foi recebida, alguns inimigos de Faria (entre os quais figurava D. Agostinho Manuel de Vasconcelos, estimulado contra elle em razão de contendas litterarias que traziam entre si) o foram denunciar á Inquisição de Castala, acusando certos lugares da obra de menos catholicos, e requerendo a sua condemnação. Como porém aquelle tribunal não attendesse as suas queixas, voltou-se D. Agostinho para a Inquisição de Lisboa, e conluiando-se com Manuel de Galhegose Manuel Pires d'Almeida, também emulos e inimigos de Faria, todos juntos apresentaram umlibello, em que se renovavam as acusações. Afinal os Commentarios foram mandados examinar, resultando ser-lhes levantada a prohibição que de principio se lhes impuzera. Manuel de Faria intimado para responder ás accusações, compoz em quinze dias, segundo elle affirma, uma fefeza que fez imprimir, com o título :[2]"
Informacion a favor de Manuel de faria y sousa etc., 1640
Peregrino instruido
Imperio de la China e cultura evangelica en el, etc.
Nenia : poema acrostico a la reyna de España D. Isabel de Bourbon. Madrid, 1644
Nobiliario del Conde de Barcellos D. Pedro, hijo delrey D. Dionis de Portugal, traducido' etc. Madrid, 1646


[editar]Edições Postumas


El gran justicia de Aragon Don Martin Baptista de Lanuza. Madrid, 1650
Asia Portuguesa. 3 tomos:
Lisboa, Henrique Valente de Oliveira, 1666 : História da Índia, desde o seu descobrimento até o ano de 1538.
Lisboa, Antonio Craesbeeck de Mello, 1674 : História da Índia, de 1538 a 1581
Lisboa, ibidem, 1675: História da Índia, durante a dominação castelhana (1581 - 1640).
Europa Portuguesa. 3 tomos:
Lisboa, Antonio Craesbeeck de Mello, 1678 : Do diluvio universal ao Portugal com rei Próprio.
Lisboa, Ibid, 1679 : Governo do Conde D. Henrique ao fim do reino de D. João III.
Lisboa, Ibid, 1680 : Do rei D. Sebastião até Filipe III de Portugal.
África Portuguesa. Lisboa, Antonio Craesbeeck de Mello, 1681: História desde as conquistas de D. João I até o ano de 1562.
Rimas varias de Luis de Camoens, etc. comentadas. Lisboa, Theotonio Damaso de Mello, 1685.
Notas


↑ a b c Jorge de Sena : Trinta anos de Camões. P. 171 a 265, Camões - Faria e Sousa e Prefácio à reedição de Rimas várias de Manuel de Faria e Sousa. edições 70, Lisboa 1980
↑ a b c d Diccionario bibliographico portuguez, estudos de Innocencio Francisco da Silva
[editar]Fontes


Diccionario bibliographico portuguez, estudos de Innocencio Francisco da Silva, applicaveis a Portugal e ao Brasil. Lisboa, 1860. Reimpressão : Imprensa nacional - Casa da moeda 1998
Jorge de Sena : Trinta anos de Camões. P. 171 a 265, Camões - Faria e Sousa e Prefácio à reedição de Rimas várias de Manuel de Faria e Sousa. edições 70, Lisboa 1980» in http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_de_Faria_e_Sousa

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