20/11/11

Amarante - Pedaços da História de Mancelos, nas Memórias Ressuscitadas da província de Entre Douro e Minho, no Ano de 1726. (Autor: Francisco Xavier da Serra Craesbeek)




«Do couto de Mancellos

1. O couto de Mancellos fica dentro do districto do concelho de Santa Cruz, duas legoas para a parte do poente da villa de Amarante e quatro para o Sul da villa de Guimarães. Está todo demarcado por si, como consta do principio do livro das Collações, que está no cartorio do mosteiro, que foi fundado por Mem Gonçellos (sic) (como dii Montebello, ao Conde D. Pedro), na quinta, e honra de Fonsequa (como dis na «Nobiliarchia Lusitana»), e por isso se chamou este fundador Mem Gonçalvez da Fonseca, que floresceo pellos annos de 1120, en que edifficou nas suas casas o dito mosteiro, com a sua mulher D. Maria Pires de Tavares, 12 annos antes que o Princepe D. Affonço Henriques foce levantado à dignidade Real de Rei de Portugal (como dis Duarte Nunes de Leão, na «Chronica» do dito Rei); e depois se achou o dito fundador do mosteiro no anno de 1200 na conquista de Portugal, servindo a el Rei D. Sancho 1.º (como dis Argote, na «Nobreza de Andaluzia», onde se refere, que fora o patrão e fundador do dito mosteiro e chamando-lhe Menhellis), delle trata o dito D. Pedro e delle há memoria em huma escriptura do mosteiro de Salzeda do anno de 1226, da qual se vê ser sobrinho de D. Urraca, filha de Egas Monis, Aio de el Rei D. Affonso Henriques, e mullher do Conde D. Vasco Shanches e depois de Gonçallo Rodrigues da Palmeira, como se dis na «Monarchia Lusitana da sobredita fundação do mosteiro faz menção a «Corografia Portuguesa», seguindo a «Chronica dos Conegos Regrantes de Santo Agostinho», pois, no dito anno de 1120, se nomea o dito mosteiro na devisão, que se fez do Bispado do Porto, no Breve, que no dito anno passou o Papa Calisto 2.º, en favor do bispo da dita cidade, D. Hugo, limitando-lhe o termo do seo bispado, que então chegava athe o mosteiro de Santa Maria de Pombeiro e se dis ser já o dito mosteiro de Mancellos de Conegos Regrantes  de Santo Augustinho, que o possuio the o anno de 1540, en que el Rei D. João 3.º o deo aos religiosos de São Gonçallo de Amarante, da ordem de São Domingos, por doação, que confirmou o Papa Paulo 3, sendo o Breve passado no anno de 1542, como dicemos no titulo 2, capitulo 1, n.º 3, e asim lhe passou carta de couto a toda a freguesia, que he grande, e poder de nomear juis, e procurador; e como ouvidor, que he delle, pasar-lhe sua Carta de ouvir, e conhecer das Appellações, no civel somente (porque o Crime pertence ao concelho de Santa Crus), como dicemos no titulo 2, capitulo 1, n.º 4; e assim há o dito couto sua casa da camara, para o juis fazer as audiencias e exercitar tudo o que lhe toca, pella rasão do seo officio. A razão con que o dito Rei D. João 3.º e sua mulher a Senhora D. Catarina deo este mosteiro aos ditos religiosos, foi com obrigação de satisfazerem as que tinhão os conegos delle e de dar o Provincial frades para a Índia, Brasil e mais conquistas deste Reino, e pregarem e douctrinarem aos moradores e vesinhos do dito couto e freguesia, como com effeito satisfazerão a huma e outras condições, como consta das memorias do seo cartorio.». (...)» in Memórias Ressuscitadas da província de Entre Douro e Minho, no Ano de 1726. (Autor: Francisco Xavier da Serra Craesbeek)

3. No mesmo claustro, da banda da parede da igreja, está outro túmulo, debaixo de hum arco, que se entende ser de algum comendatario; e he o tumulo nesta forma seguinte:


1
Túmulo na Parede exterior da Igreja de Mancelos, que dá para os claustros.
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Mais uma vez agradeço ao Meu Colega e Amigo, Professor Pedro Gonçalves, que leciona a disciplina de História, no Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto e que me disponibiliza material histórico de primeiríssima qualidade, sobre o Concelho de Amarante e suas Freguesias.


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