16/05/11

Música Portuguesa - Clã dos Câmara Pereira, perpetuam uma grande tradição no Fado Nacional!


Vicente da Câmara - "Moda das Tranças Pretas"
NUNO DA CÂMARA PEREIRA - A ROSINHA DOS LIMÕES

Nuno da Câmara Pereira - "Cavalo Ruço"

Frei Hermano da Câmara - "Fado da Despedida"

Frei Hermano da Câmara - "Rapaz da Camisola Verde"


«VICENTE DA CÂMARA

Referência incontornável na história do fado, Vicente da Câmara nasce em Lisboa a 7 de Maio de 1928, em berço aristocrata, ele que dirá "O que é a aristocracia? A aristocracia tanto pode estar no povo como noutra coisa qualquer. (...) O aristocrata é aquele que sobressaiu".
Filho de D. João da Câmara, notável radialista e loctor da rádio, Vicente da Câmara cedo recebe a influência fadista que o rodeia, em particular da sua tia Maria Tereza de Noronha e de D. João do Carmo de Noronha, seu tio-avô. E é, portanto, natural a sua entrada no mundo do fado, abrindo as difíceis portas da Emissora Nacional com 20 anos.
Cultor do fado clássico, antigo, que dava espaço para o improviso, Vicente da Câmara afirma-se pela sua clara articulação da frase, voz timbrada e de grande nitidez interpretativa, e pela verdade que coloca em cada fado, em cada actuação. Insurge-se, de resto, contra os fadistas que apenas imitam as interpretações clássicas, que não inovam nem são capazes de encontrar a sua própria voz. Senhor de opinião desassombrada, rebela-se contra as convenções e, em entrevista, afirma que o fado é um género musicalmente pobre, sugerindo que é talvez aí que reside a sua grandeza, pela liberdade interpretativa que permite aos seus cultores.
Dele se recordam grandes clássicos. Mas, como nenhum outro, o fado A Moda das Tranças Pretas vai constituir o seu cartão de visita para a posteridade. Conta-se que o compôs entre 1955 e 1956 num quarto de hotel em Santarém. As primeiras opiniões, incluindo a de seu pai, não são muito favoráveis. Mas ele insiste em gravar o tema, que rapidamente ganharia o coração de gerações de portugueses. Pode considerar-se, hoje, que Vicente da Câmara é o último representante de uma geração de fadistas aristocratas (designação ainda assim muito equívoca) que cantaram sobretudo por amor ao fado. Pai do fadista José da Câmara, seu digno sucessor, D. Vicente dedica-se, depois de muitos anos ligados à actividade de inspector numa petrolífera, à sua casa de antiguidades. Esta independência profissional em relação ao fado é paradigmática do seu espírito livre e desapegado.

Marcos da sua carreira:

1937 Começa a assistir aos ensaios de sua tia Maria Tereza de Noronha.
1948 Ganha um concurso e estreia-se na Emissora Nacional, feito ao alcance de poucos fadistas.
1950 Primeiro contrato discográfico com a editora Valentim de Carvalho. Gravará clássicos como Fado das Caldas, Varina, Os Teus Olhos.
1961 Passa para a casa Custódio Cardoso Pereira, onde gravará o célebre Moda das Tranças Pretas.
1967 Contrato com a Rádio Triunfo, onde grava temas como Guitarra Soluçante, Andei Procurando o Fado, Fora de Portas, Há Saudades Toda a Vida, O Fado Antigo é Meu Amigo e É Tudo Como Era Dantes.
1982 Aumenta a sua actividade no estrangeiro, com partícular incidência no Oriente.
1988 No álbum de estreia de seu filho José da Câmara inclui os temas Fragata da Borda d'Água e Lembranças do Passado, fazendo igualmente um dueto no tema A Moda das Tranças Pretas.
1989 Assinala o 40º aniversário da sua carreira no Cinema Tivoli. Na década de noventa continua com regularidade a dar espectáculos, nomeadamente no estrangeiro, e não cessa a sua actividade de gravação discográfica.» in http://www.macua.org/biografias/vicentedacamara.html

«Nuno da Câmara Pereira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nuno da Câmara Pereira
Nome completoNuno Maria de Figueiredo Cabral da Câmara Pereira
Nascimento19 de Junho de 1951 (59 anos)
Lisboa
Nacionalidade Portugal
ParentescoMaria Teresa de Noronha (tia)
Vicente da Câmara (primo)
João da Câmara (primo)
OcupaçãoFadista

Nuno Maria de Figueiredo Cabral da Câmara Pereira (Lisboa, 19 de Junho de 1951) é um fadista português.
Engenheiro-técnico agrário, graduado pela Universidade Técnica de Lisboa, exerceu funções profissionais na área agrícola e pecuária e foi director da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Azambuja.[1]. Presidiu ao Sindicato dos Engenheiros-Técnicos Agrários.
Proveniente de uma família de fadistas — é sobrinho de Maria Teresa de Noronha e primo de Vicente da Câmara, João da Câmara e Frei Hermano da Câmara — veio a popularizar-se como cantor, tendo realizado a primeira actuação pública em 1977, no Coliseu dos Recreios, durante um espectáculo de variedades. Pouco depois seria presença habitual em casas de fado e restaurantes típicos da capital. O seu primeiro álbum, Fado!, de 1982, revelou novas versões de clássicos, entre os quais Acabou o Arraial e Cavalo Ruço. Sonho Menino, em 1983, valeu-lhe o Troféu Revelação do Fado, da revista Nova Gente. Em 1985 um recital seu esgota a Aula Magna, atingido o seu maior sucesso de vendas em 1986, com Mar Português, que foi dupla platina. Ao todo é autor de catorze álbuns, sendo Lusitânia, de 2009, o seu mais recente trabalho.
Defensor da Monarquia chegou a presidente da Comissão Política do PPM, pelo qual foi deputado à Assembleia da República (ainda que eleito nas listas do PSD). Pelo PPM candidatou-se a presidente da Câmara Municipal de Sintra, de Vila Viçosa e a deputado ao Parlamento Europeu. Publicou o livro O Usurpador - ensaio histórico sobre o advento do Liberalismo, República e Contemporaneidade na Democracia, em 2007.

Índice

 [esconder]

[editar]Monarquia

Como monárquico, põe em causa a validade do Ramo Miguelista da Casa de Bragança, na qual cujo pretendente ao trono é D. Duarte Pio de Bragança; Pelo que levou alguns militantes do PPM a terem como pretendente o actual Duque de Loulé. Antes, terá frequentado os círculos monárquicos de Duarte Pio, quem, a certa altura, lhe negou o direito de usar a dignidade de Dom, fazendo com que Câmara Pereira se voltasse contra o referido pretendente a Duque de Bragança.[2] Posteriormente efectuou uma visita a Rosario Poidimani, pretendente do Ramo de Bragança-Saxe-Coburgo e Gota, fazendo-se acompanhar pela esposa e pelo seu primo D. Pedro Folque de Mendonça, o Duque de Loulé.[3] Ainda, como político e monarquista, colocou em causa a declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros de que seria D. Duarte Pio o legítimo representante da casa de Bragança. Recentemente demitiu-se de presidente do PPM por motivos pessoais[4] e acabou por desfiliar-se, juntamente com outros militantes, visto a nova direcção do partido, presidida pelo Deputado açoriano Paulo Estêvão, defender justamente Duarte de Bragaça como pretendente ao trono português - facto que coloca o PPM novamente com parceiro e aliado da Causa Real (Federação das Reais Associações) presidida por Paulo Teixeira Pinto.
Nuno da Câmara Pereira é trineto de D. Vasco António de Figueiredo Cabral da Camara, 3.º conde de Belmonte.[carece de fontes]

[editar]Ordem de São Miguel da Ala

Em 2007, Câmara Pereira processou D. Duarte Pio de Bragança com a acusação de roubo da patente da Ordem de São Miguel da Ala.[5] Em 2009, o Tribunal Cível de Lisboa acabou por dar razão ao líder do Partido Popular Monárquico e obrigou D. Duarte Pio a desistir do nome registrado em 2004.[6] A alegação de Câmara Pereira é que, por ter feito o registro cível do nome "Ordem de São Miguel da Ala", em 1981, detém ele os direitos de uso, similar ao tratamento conferido a uma marca ou nome fantasia. D. Duarte Pio promete recorrer.

[editar]Descendência do Santo Condestável

A 26 de Abril de 2009, em plenas cerimónias de canonização de D. Nuno Álvares Pereira, tanto D. Duarte Pio como Nuno da Câmara Pereira disputaram também quem seria o descendente mais directo do famoso Santo Condestável de Portugal:[7] D. Duarte Pio ou a mulher de Nuno da Câmara Pereira, Luísa de Portugal Sousa Coutinho.

[editar]Discografia

  • 1982 - Fado
  • 1983 - Sonho menino
  • 1985 - Nuno da Camara Pereira
  • 1986 - Mar português, EMI Music
  • 1987 - A terra, o mar e o céu
  • 1989 - Guitarra
  • 1992 - Atlântico
  • 1993 - Tradição:Fados de Maria Teresa de Noronha com José e Vicente da Camara Pereira.
  • 1995 - Só à noitinha, EMI Music
  • 1997 - Tudo do melhor, EMI Music[8]
  • 2001 - A última noite, Universal Music
  • 2002 - O melhor de Nuno da Camara Pereira
  • 2003 - Jardim de sonhos, Ovação
  • 2004 - Fado à minha maneira
  • 2006 - Grandes êxitos, EMI Music
  • 2008 - Lusitânia[9]

[editar]DVD

  • 2003 - Ao vivo no Coliseu

[editar]Livros

  • 2007 - O Usurpador


 "Cavalo Ruço
Nuno da Câmara Pereira
Composição : José Vidal e Frederico Valério
Eu tive um cavalo ruço
Que se chamava gingão
De uma capona bravia
Que eu queria, sentia
Como um bom irmão
Era o cavalo mais lindo
Que nasceu no ribatejo
E eu nunca tive outro assim
Tão manso que enfim
Ainda o desejo

Saltava que era um primor
Tudo fazia com graça
Era bom a tourear
A derribar sem vacilar
No campo ou na praça

Corria lebres com gosto
E nenhum galgo o passava
Quando o viam correr
com prazer sem sofrer
A todos pasmava
A brincar lá na lezíria
O íam admirar
Inda parece que o vejo
À beira do Tejo
A correr a saltar
Foi um touro que o matou
Num dia de infelicidade
E eu nunca mais montei
Nem sei se o farei
Tal é a saudade"


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