04/03/11

Castelo de Paiva - Ponte de Entre-os-Rios caiu há 10 anos, mas o País ao qual pertenço e no qual me incluo para o Bem e para o Mal, não se portou bem com aquela gente boa!



«Ponte de Entre-os-Rios caiu há 10 anos

O ex-líder da associação de familiares das vítimas de Entre-os-Rios, Horácio Moreira, considerou hoje que o poder «manipulou» o processo judicial relacionado com a tragédia de há dez anos, impedindo a incriminação dos decisores políticos. «Na minha opinião, a Justiça só foi até onde a deixaram ir. Ou seja, o processo para mim foi manipulado», disse Horácio Moreira, que até há oito meses liderou a Associação de Familiares das Vítimas da Tragédia de Entre-os-Rios (AFVTE-R).


Para Horácio Moreira, que falava à agência Lusa a poucos dias do décimo aniversário da queda da ponte Hintze Ribeiro, «foi o poder político que não deixou que tudo aquilo que era matéria provatória chegasse ao conhecimento do tribunal».

Questionado sobre se também deveriam ser incriminados responsáveis políticos ao mais alto nível, incluindo o então ministro do Equipamento, Jorge Coelho - que se demitiu alegando que a culpa não podia morrer solteira -, Horário Moreira é peremptório: «incluo todos, que não deixo ninguém de fora».

Horácio Moreira considera ainda que, face à prova que lhe foi apresentada, o tribunal de Castelo de Paiva agiu bem ao absolver os seis técnicos arguidos.

O ex-responsável louva igualmente a Relação do Porto, que a recuso do Ministério Público (MP), reafirmou a absolvição dos seis técnicos «de uma forma ainda mais contundente», revelando «não entender porque é que aquelas pessoas estavam a ser julgadas quando o trabalho delas até foi meritório».

Num texto de reflexão sobre o décimo aniversário da queda da ponte, cuja cópia facultou entretanto à agência Lusa, Horário Moreira retoma a ideia de absolver a Justiça face à matéria provatória que lhe chegou e de condenar os «interesses obscuros que a toldem».

Hoje Licenciado em Direito, «repugna-me a forma com este processo foi manipulado», insiste.

Horácio Moreira pronuncia-se também em tom crítico sobre a evolução de Castelo de Paiva, após a tragédia.

«O puzzle social continua desmontado, a vida continua parada, o concelho envelhece e resigna-se nas convicções», afirma, considerando que «é urgente tirar o concelho do estigma que a tragédia agravou».

A antiga ponte Hintze Ribeiro caiu a 4 de Março de 2001, matando 59 pessoas, que seguiam a bordo de um autocarro e dois automóveis.

Mais de cinco anos depois, em Outubro de 2006, o tribunal local absolveu seis técnicos, que o MP responsabilizava pela queda daquela travessia sobre o Douro.

Com este veredicto, caiu o pedido indexado de indemnização cível das famílias, no valor global superior a mais de um milhão de euros.

Ao contrário, os 250 familiares assistentes no processo foram intimados a pagar 57 mil euros de custas judiciais, que o Estado cobriu através de um adicional indemnizatório equivalente.

Logo na primeira hora, após a declaração de morte presumida para as vítimas cujos corpos nunca foram encontrados, o Estado entregou às famílias 49 mil euros, valor a que foram acrescentados entre 4,9 e 20 mil euros no caso da existência de um herdeiro e dependendo do grau de parentesco. Lusa/SOL» in http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=12992


(Entre-Os-Rios - Tragédia de Ponte Hintze Ribeiro, 10 Anos depois!)

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