01/11/10

Religião - Hoje é a Romaria aos cemitérios em Dia de Finados, mas nem sempre foi assim!

«Romaria aos cemitérios em Dia de Finados
31 de Outubro, 2010
A ida aos cemitérios para depositar flores nas campas e assim prestar homenagem aos que já partiram é um ritual que se repete ano após ano, mas só nas últimas décadas passou a ser realizado no primeiro dia de Novembro.«Às vezes dá ideia que as pessoas que faleceram morreram esquecidas e, no entanto, os familiares continuam nesse dia [01 de Novembro], talvez só nesse dia, a ornamentar o local», disse à agência Lusa o sociólogo Moisés Espírito Santo.
Até há cerca de 30, 40 anos, explicou o professor universitário, o dia dedicado aos defuntos era o 02 de Novembro, enquanto o dia 01 «era um dia de festa agrícola, festa de retribuição das colheitas».
«Há aí uma sobreposição de calendários, porque o Dia dos Finados é o dia 2 e não o dia 1. Isso tende a generalizar-se a todo o país, excepto a liturgia católica, que celebra os mortos, a missa dos defuntos, que se realiza no dia 2», referiu.
Segundo Moisés Espírito Santo, «a passagem para dia 01 de Novembro é dos anos 1960 com a generalização do feriado no meio industrial e urbano».
No primeiro de Novembro realizava-se um outro rito, o Pão por Deus, «em que as pessoas ofereciam bolos e certos pães aos mais pobres».
«Isso é um rito popular que ainda hoje se realiza em certas zonas do país, em que as crianças vão pedir bolos, pães, doces e frutos secos de casa em casa», disse.
O ritual do dia 01 «hoje em dia é praticamente igual em todo o país e é muito simples: ir aos cemitérios depositar um ramo de flores, estar ali um pouco, uns rezam outros não».
«Por vezes assiste-se a uma missa, por alma dos defuntos. No passado havia algumas diferenças, com fogueiras à frente dos cemitérios ou até celebrações festivas perto dos cemitérios, mas isso acabou. Hoje as pessoas adoptaram todas o mesmo rito que é o mais simples», disse
A ida ao cemitério no dia 1 prende-se também, de acordo com o sociólogo, com «constrangimentos sociais».
«As pessoas fazem-no porque o meio social critica quem não o faça, então mantém-se por coação social», afirmou. Lusa/SOL» in http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3377

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