08/11/10

Amarante - "Teixeira de Pascoaes nasceu há 133 anos, mas pelo que se vê, Amarante não quer saber disso para nada... Parabéns Poeta"

«Teixeira de Pascoaes nasceu há 133 anos
8 Novembro 2010 

Nasceu no seio de uma família aristocrática de Amarante, o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado às Cortes e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito propenso à contemplação nostálgica da Natureza.
Em 1883, inicia os estudos primários em Amarante, e em 1887 ingressa no liceu da vila. Em 1895, muda-se para Coimbra onde termina os seus estudos secundários (em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português) e em 1896 inscreve-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Ao contrário da maioria dos seus camaradas, não faz parte da boémia coimbrã, e passa o seu tempo, monasticamente, no quarto, a ler, a escrever e a reflectir.
Licencia-se em 1901 e, renitentemente, estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911, é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sobre esta sua penosa experiência jurídica dirá: “Eu era um Dr. Joaquim na boca de toda a gente. Precisava de honrar o título. Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus. Vivi dez anos, num escritório, a lidar com almas deste mundo, o mais deste mundo que é possível — eu que nascera para outras convivências.” [3]
Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. Era um eremita, um místico natural e não raras vezes foi descrito como detentor de poderes sobrenaturais.[4]
Apesar de ser um solitário, Gatão era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas, nacionais e estrangeiros, que o iam visitar frequentemente.[5] No final da vida, seria amigo dos poetas Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último haveria de o eleger como poeta superior a Fernando Pessoa, chegando a ser o organizador da reedição de alguns dos textos de Pascoaes, bem como de uma antologia poética, nos anos 70 e 80.
Pascoaes morreu aos 75 anos, em Gatão, de bacilose pulmonar, alguns meses depois da morte da sua mãe, em 1952.




  • Todas as fontes bibliográficas indicam 2 de Novembro de 1877 como a sua data de nascimento. Contudo, o assento de nascimento/baptismo refere indubitavelmente que ele nasceu às cinco horas da tarde de 8 de Novembro de 1877, em Amarante. Segundo Luísa Borges, em O Lugar de Pascoaes, Pascoaes terá adoptado 2 de Novembro, como data do seu aniversário, por razões puramente simbólicas, por ser o Dia dos Mortos, uma “porta” para o “Mais Além”.» in http://www.correiodoporto.com/destaque/teixeira-de-pascoaes-nasceu-ha-133-anos






  • «Teixeira de Pascoaes
    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, (Amarante, 8 de Novembro de 1877[1]Gatão, 14 de Dezembro de 1952) foi um poeta e escritor português, principal representante do Saudosismo.[carece de fontes?]

    Índice

    [esconder]

    [editar] Vida

    Nasceu no seio de uma família aristocrática[2] de Amarante, o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado às Cortes e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito propenso à contemplação nostálgica da Natureza.
    Em 1883, inicia os estudos primários em Amarante, e em 1887 ingressa no liceu da vila. Em 1895, muda-se para Coimbra onde termina os seus estudos secundários (em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português) e em 1896 inscreve-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Ao contrário da maioria dos seus camaradas, não faz parte da boémia coimbrã, e passa o seu tempo, monasticamente, no quarto, a ler, a escrever e a reflectir.
    Licencia-se em 1901 e, renitentemente, estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911, é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sobre esta sua penosa experiência jurídica dirá: "Eu era um Dr. Joaquim na boca de toda a gente. Precisava de honrar o título. Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus. Vivi dez anos, num escritório, a lidar com almas deste mundo, o mais deste mundo que é possível — eu que nascera para outras convivências." [3]
    Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. Era um eremita, um místico natural e não raras vezes foi descrito como detentor de poderes sobrenaturais.[4]
    Apesar de ser um solitário, Gatão era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas, nacionais e estrangeiros, que o iam visitar frequentemente.[5] No final da vida, seria amigo dos poetas Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último haveria de o eleger como poeta superior a Fernando Pessoa, chegando a ser o organizador da reedição de alguns dos textos de Pascoaes, bem como de uma antologia poética, nos anos 70 e 80.
    Pascoaes morreu aos 75 anos, em Gatão, de bacilose pulmonar, alguns meses depois da morte da sua mãe, em 1952.

    [editar] Obra

    Com António Sérgio e Raul Proença foi um dos líderes do chamado movimento da "Renascença Portuguesa" e lançou em 1910 no Porto, juntamente com Leonardo Coimbra e Jaime Cortesão, a revista A Águia, principal órgão do movimento.

    [editar] Bibliografia

    [editar] Poesia

    • 1895 - Embriões
    • 1896 - Belo 1ª parte
    • 1897 - Belo 2ª parte
    • 1898 - À Minha Alma e Sempre
    • 1899 - Profecia (colaboração com Afonso Lopes Vieira)
    • 1901 - À Ventura (eBook)
    • 1903 - Jesús e Pan
    • 1904 - Para a Luz
    • 1906 - Vida Etérea
    • 1907 - As Sombras
    • 1909 - Senhora da Noite
    • 1911 - Marânus
    • 1912 - Regresso ao Paraíso
    Elegias (eBook)
    O Pobre Tolo
    Cânticos
    Sonetos
    • 1949 - Versos Pobres

    [editar] Prosa

    • 1915 - A Arte de Ser Português
    • 1916 - A Beira Num Relâmpago
    • 1919 - Os Poetas Lusíadas (conjunto de conferências proferidas na Catalunha)
    • 1921 - O Bailado
    • 1923 - A Nossa Fome
    • 1928 - Livro de memórias (autobiografia)
    • 1934 - S.Paulo (biografia romanceada)
    • 1936 - S. Jerónimo e a trovoada (biografia romanceada)
    • 1937 - O Homem Universal
    • 1940 - Napoleão (biografia romanceada)
    • 1942 - Camilo Castelo Branco o penitente (biografia romanceada)
    Duplo passeio
    • 1945 - Santo Agostinho (biografia romanceada)

    [editar] Conferências

    • 1919 - Os Poetas Lusíadas (conjunto de conferências proferidas na Catalunha)
    • 1922 - Conferência
    A Caridade (conferência)
    • 1950 - Duas Conferências em Defesa da Paz

    [editar] Teatro

    • 1926 - Jesus Cristo em Lisboa (colaboração com Raul Brandão)

    Notas

    1. Todas as fontes bibliográficas indicam 2 de Novembro de 1877 como a sua data de nascimento. Contudo, o assento de nascimento/baptismo refere indubitavelmente que ele nasceu às cinco horas da tarde de 8 de Novembro de 1877, em Amarante. Segundo Luísa Borges, em O Lugar de Pascoaes, Pascoaes terá adoptado 2 de Novembro, como data do seu aniversário, por razões puramente simbólicas, por ser o Dia dos Mortos, uma "porta" para o "Mais Além".
    2. Vd. genealogia de Teixeira de Pascoaes.
    3. Livro de Memórias.
    4. «Isso é corroborado por um simples camponês que viu o Pascoaes vir não sei de onde e disse: "Quem é aquele homem que deita fogo pela cabeça?"» in Amor, Liberdade, Poesia - Entrevista a Mário Cesariny de Vasconcelos, por Óscar Faria, Público, 19-01-2002, separata Mil Folhas
    5. Um dia, um grupo de estudantes que o foi visitar confundiu-o com o jardineiro da quinta, tão humilde e arcaica era a sua aparência: um homem baixo, franzino e seco.

    [editar] Ver também

    Wikiquote
    O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Teixeira de Pascoaes.

    [editar] Ligações externas

    • Obras de Teixeira de Pascoais no Projecto Gutenberg
    • Obras de Teixeira de Pascoais na Biblioteca Nacional Digital
    • Artigo no sítio da DGLB
    • Artigo no sítio do Instituto Camões» in Wikipédia.
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      Parece que Amarante não trata bem os seus vultos maiores... depois de retirarem o nome do Grande Poeta e Escritor do Mundo, à Escola Preparatória de Amarante, pergunto se alguém sabe em Amarante que Pascoaes fez anos no Dia 2 de Novembro?! - Um jornal do Porto sabe, mas Amarante não sabe, nem quer saber...

      "Poeta

      Quando a primeira lágrima aflorou

      Nos meus olhos, divina claridade

      A minha pátria aldeia alumiou

      Duma luz triste, que era já saudade.

      Humildes, pobres cousas, como eu sou

      Dor acesa na vossa escuridade...

      Sou, em futuro, o tempo que passou-

      Em num, o antigo tempo é nova idade.

      Sou fraga da montanha, névoa astral,

      Quimérica figura matinal,

      Imagem de alma em terra modelada.

      Sou o homem de si mesmo fugitivo;

      Fantasma a delirar, mistério vivo,

      A loucura de Deus, o sonho e o nada.


      Teixeira de Pascoaes
      Sempre (1898)
      In Poesia de Teixeira de Pascoaes
      Org. de Silvina Rodrigues Lopes
      Lisboa, Editorial Comunicação, 1987"

    4 comentários:

    1. Helder
      Teixeira de Pascoaes nasceu no meu dia de anos, dia 2 de Novembro, e não no dia 8. :)
      Estive para fazer referência a este dado... mas depois esqueci-me... ando afogada em trabalho! :(
      Beijocas

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    2. Obrigado, pela correcção, Amiga!

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    3. Helder, Anabela, a 2 ou a 8, certo é que há 133 anos que o Poeta desceu a Amarante. Mas sobre a superioridade dele sobre o 'badalado' Pessoa direi somente que o Pessoa poderá ser hoje entendido, o Poeta, o Pascaes, a milénios luz acima do dito lisboeta, só será entendido daqui a mais uns (arrisco) 50 anos, tal sua estatura enorme e acima de nós é. Bjns e abraço. Ochoa

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    4. Concordo, Amigo, Poeta, Ângelo Ôchoa!
      Pascoaes foi excluído pela elite intelectual de esquerda Portuguesa, só por pertencer a uma família abastada... enfim!
      Tanta gente de esquerda aburguesada e bem abastada, mas enfim... complexos da esquerda Portuguesa!
      É apenas a minha opinião, vale o que vale.
      Abraço,
      Helder Barros

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