23/11/09

Rua da Saudade - Bela Forma de Reinventar a Boa Música Portuguesa e Homenagear o Grande Poeta José Carlos Ary dos Santos!


«Chegou esta semana às lojas «Rua da Saudade», disco que recorda a obra de Ary dos Santos 25 anos após a sua morte.
O poeta é celebrado através de 11 canções compostas por Fernando Tordo, Nuno Nazareth Fernandes e Tózé Brito. Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda Cozetti cantam as letras originais de Ary dos Santos.
«Estrela da Tarde», «Cavalo à Solta», «Canção de Madrugar» e «Retalhos» são alguns dos temas incluídos num trabalho produzido por Renato Jr.
Ouve aqui algumas das canções de «Rua da Saudade»» in http://diario.iol.pt/musica/rua-da-saudade-ary-dos-santos-mafalda-arnauth-susana-felix-viviane-luanda-cozetti/1102555-4060.html




Luanda Cozetti - Retalhos - (Rua da Saudade)

Viviane - "Cavalo à Solta" - (Rua da Saudade)

Mafalda Arnauth - "Estrela da Tarde" - (Rua da Saudade)

Susana Félix - "Rua da Saudade" - (Canção de Madrugar)

(Rua da Saudade)

ARY DOS SANTOS (Homenagem )

Ary dos Santos - "Muitos Homens na Prisão" - (1977)

Ary dos Santos - "Tomar Partido"

Ary dos Santos - "A António Saunier"

Ary dos Santos - "A Um Célebre Mulato"

Ary dos Santos - "Poeta Castrado"

Ary dos Santos - "Poeta Castrado"

"Espectáculo de Homenagem a ARY DOS SANTOS - POETA DE CANÇÕES"

OT2 - Gala 16 - (Meedley Ary dos Santos)

(Funeral de Ary dos Santos)


"Poeta Castrado, Não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo   dromedário
fogueira de exibição
teorema   corolário
poema de mão em mão
lãzudo   publicitário
malabarista   cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado   não!

Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura  como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que   se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.

Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:

Da fome já não se fala
é tão vulgar que nos cansa
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?

Do frio não reza a história
a morte é branda e letal
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?

E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!

Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo   mau profeta
falso médico   ladrão
prostituta   proxeneta
espoleta   televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado   não!"

José Carlos Ary dos Santos"

2 comentários:

  1. Helder Amigo d' Alma:
    Tive a felicidade de estar com Ary quando Abril era 'um sonho lindo', uma noite no Pavilhão do Naval Setubalense, onde ele foi com o Zeca da 'cidade sem muros nem ameias' dizer o inesquecível 'poeta castrado, não...'
    Povoava-nos então um desejo intenso e vivido de solidariedade e de fraternidade.
    Ary, que ainda revejo, da Tv, com fraque e laço(?), era assumido homossexual e -- só por isso -- consta -- não integrava o pcp com cujo ideário se identificava.
    sEU POST, hELDER, PESEM EMBORA BAFIENTAS CARTILHAS E IDEÁRIOS, NOS DÁ HOJE A DIMENSÃO DE UM HOMEM PARA A ETERNIDADE.
    O resto é treta.
    Abração do costume Helder amigo!

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  2. Viva a Poesia!

    De Ôchoa, Ary dos Santos e de Pascoaes!

    Verdadeiros Poetas Humanistas!

    Abraço, Amigo Manuel Ôchoa!

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