28/08/09

Arte Pintura - Mona Lisa a Obra que eternizou Leonardo da Vinci e que tem o poder de nos interpelar e inquietar; trata-se de Arte Esplendorosa!



«Mona Lisa

Fonte: SAPO Saber, a enciclopédia portuguesa livre.

Mona Lisa
Leonardo da Vinci, 1503-1507
óleo sobre madeira de álamo
77 × 53 cm
Museu do Louvre
Mona Lisa (também conhecida como La Gioconda ou, em francês, La Joconde, ou ainda Mona Lisa del Giocondo), é a mais notável e conhecida obra do pintor italiano Leonardo da Vinci. É nesta obra que o artista melhor levou a cabo a técnica do sfumato.
O quadro apresenta uma mulher com uma expressão introspectiva e um pouco tímida. O seu sorriso restrito é muito sedutor, mesmo que um pouco conservador. O corpo representa o padrão de beleza da mulher na época de Leonardo.
Este quadro é provavelmente o retrato mais famoso na história da arte, se não o quadro mais famoso de todo o mundo. Poucos outros trabalhos de arte são tão controversos, questionados, valiosos, elogiados, comemorados ou reproduzidos.
Leonardo começou o retrato em 1503 e terminou-o três ou quatro anos mais tarde. A pintura a óleo sobre madeira de álamo encontra-se exposta agora no Museu do Louvre, em Paris, e é a maior atracção do museu.

Índice

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[editar] História


Foto da parede do Louvre onde se encontrava o quadro em 1911, pouco após ter sido roubado.
A pintura foi trazida da Itália para França pelo próprio Leonardo, em 1506, quando este foi convidado pelo rei Francisco I de França para trabalhar na sua corte. Francisco teria então comprado a pintura, que passou a estar exibida em Fontainebleau e, posteriormente, no Palácio de Versailles.
Só após a Revolução Francesa o quadro foi exposto no Museu do Louvre, onde se conserva até hoje. O imperador Napoleão Bonaparte ficou apaixonado pelo quadro desde a primeira vez que o viu, e mandou colocá-lo nos seus aposentos. Porém, durante as guerras com a Prússia, a Mona Lisa, bem como outras peças da colecção do museu francês, foi escondida num lugar seguro.
A 22 de Agosto de 1911, já na segunda década do século XX, cerca de 405 anos após ser pintada por Leonardo da Vinci, a Mona Lisa foi roubada. Muitas pessoas, incluindo o poeta francês Guillaume Apollinaire e o pintor espanhol Pablo Picasso, foram presas e/ou interrogadas sob suspeita do roubo da obra-prima da pintura italiana. Quanto a Guillaume Apollinaire e a Pablo Picasso, foram soltos meses mais tarde. Acreditou-se que a obra estava perdida para sempre, que nunca mais iria aparecer. Mas apareceu em Itália, nas mãos de um antigo empregado do museu onde a obra estava exposta, Vincenzo Peruggia, que era o verdadeiro ladrão.[1][2][3][4].


[editar] Identidade do modelo

Muitos historiadores da arte acreditam que o modelo usado para a pintura pode ter sido a esposa de Francesco del Giocondo, um rico comerciante de seda de Florença e uma figura proeminente no governo florentino. Acredita-se também que estes eram vizinhos de Leonardo Da Vinci[5]. Esta opinião fundamenta-se numa indicação feita por Da Vinci durante os últimos anos de sua vida, a propósito de um retrato de uma determinada senhora florentina feita em vida ao pedido do magnífico Giuliano de' Medici. O primeiro biógrafo de Da Vinci, Vasari, também pintor, descreve o retrato como sendo o de Mona Lisa, esposa do cavalheiro florentino Francesco del Giocondoque.
As notas de Agostino Vespucci na Biblioteca da Universidade de Heidelberg
As notas de Agostino Vespucci na Biblioteca da Universidade de Heidelberg
Em 2008, esta hipótese é a mais aceite, sendo, inclusive, apoiada por cientistas da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, que afirmam terem encontrado um documento com clara referência a um retrato de Lisa del Giocondo que estaria a ser realizado por Leonardo.[6]
Descobriu-se também que Lisa tinha sido mãe recentemente, e o retrato foi feito um pouco em comemoração da recente maternidade. [7]
Porém, persistem dúvidas. Pouca coisa se sabe da vida de Francesco del Giocondo e muito menos da história da sua mulher, Lisa Gherardini, nascida em 1479. Sabe-se que casaram em 1495. O título alternativo ao trabalho, La Gioconda, aparece apenas pela primeira vez num texto escrito mais tarde, em 1625, que se refere ao trabalho como um retrato de uma determinada Gioconda. Esta referência não contradiz nem suporta a hipótese de o modelo ser a mulher de Giocondo, uma vez que em italiano gioconda pode significar uma mulher alegre. A equipe do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá fez um estudo do quadro, por meio de scanners e lasers, e conseguiram projectar uma imagem em 3D com as várias camadas de pintura utilizada. A técnica revelou que a mulher do quadro usava um véu típico de mulheres grávidas do século XVI, o que poderia indiciar tanto que ela estava grávida, ou então tinha dado à luz há pouco tempo.[8]
Lillian Schwartz, cientista dos Laboratórios Bell, sugere que a Mona Lisa é na verdade um auto-retrato de Leonardo, mas vestido de mulher. Esta teoria baseia-se no estudo da análise digital das características faciais do rosto de Leonardo e dos traços do modelo. Comparando um auto retrato de Leonardo com a mulher do quadro, verifica-se que as características dos rostos alinham perfeitamente. Os críticos desta teoria sugerem que as similaridades são devidas ao facto de ambos os retratos terem sido pintados pela mesma pessoa usando o mesmo estilo.
O historiador Maike Vogt-Lüerssen, de Adelaide sugeriu, após ter pesquisado o assunto por 17 anos, que a mulher por trás do sorriso famoso é Isabel de Aragão, Duquesa de Milão, para quem Leonardo da Vinci trabalhou como pintor da corte durante 11 anos [9] O padrão do vestido verde escuro de Mona Lisa indica, segundo este estudioso, que o modelo é um membro da casa de Visconti-Sforza. O retrato de Mona Lisa terá sido o primeiro retrato oficial da nova Duquesa de Milão, pintado no Inverno ou Verão de 1489. O autor compara cerca de 50 retratos de Isabel de Aragão, representada como a Virgem ou Santa Catarina de Alexandria (nos quais só a própria duquesa poderia servir de modelo), e conclui que a semelhança à Mona Lisa é evidente. [10].


[editar] Estética

A Mona Lisa determinou um padrão para retratos futuros. O retrato apresenta o seu modelo visto apenas acima do busto, com uma paisagem distante visível em plano de fundo. Leonardo usou uma composição em pirâmide, onde a modelo surge no centro com uma expressão calma e serena. As mãos dobradas encontram-se no centro da base piramidal, reflectindo a mesma luz que lhe ilumina o regaço, pescoço e face. Esta luminosidade estudada dá às superfícies vivas uma geometria subjacente de esferas e círculos, que acentua o arco de seu sorriso famoso. Sigmund Freud interpretou 'o sorriso' como uma atracção erótica subjacente de Leonardo para com a mãe; outros descreveram o sorriso como inocente, convidativo, triste ou mesmo lascivo. Os sorrisos de interpretação dúbia eram uma característica comum dos retratos durante o tempo de Leonardo.
Detalhe da face, mostrando o efeito subtil do sfumato, particularmente nas sombras em torno dos olhos.
Detalhe da face, mostrando o efeito subtil do sfumato, particularmente nas sombras em torno dos olhos.
Embora utilizando uma fórmula aparentemente simples, a síntese expressiva que Leonardo conseguiu entre modelo e paisagem tornou este trabalho uma das mais populares e analisadas pinturas de todos os tempos. As curvas sensuais do cabelo e da roupa da mulher, criadas completamente através de sfumato, encontram eco nos rios ondulantes da paisagem subjacente. A harmonia total conseguida no quadro, visível especialmente no sorriso, reflecte a unidade entre Natureza e Humanidade que era parte importante da filosofia pessoal de Leonardo.
Em segundo plano, a paisagem estende-se às montanhas geladas e inclui caminhos ondulantes e uma ponte que dão indicação de presença humana. Os contornos desfocados, a figura graciosa, os contrastes dramáticos entre claro e escuro que se traduzem em serenidade são característicos do estilo de Leonardo. A pintura foi um dos primeiros retratos a descrever o modelo no seio de uma paisagem imaginária. Uma característica interessante da paisagem é a sua desigualdade. À esquerda da figura, a paisagem é visivelmente mais baixa do que à direita. Isto levou alguns críticos a sugerir que este elemento foi adicionado mais tarde.
A pintura foi restaurada numerosas vezes. Exames de raio X mostraram que há três versões escondidas sob a actual. O revestimento em madeira mostra sinais de deterioração numa taxa mais elevada do que se pensou previamente, causando preocupação dos curadores do museu sobre o futuro da pintura[11].


[editar] O sorriso da Mona Lisa

Muitos investigadores tentaram explicar porque é que o sorriso é visto de forma tão diferente em diferentes culturas. As explicações são diversas e variam desde teorias científicas sobre a visão humana a suposições sobre a identidade de Mona Lisa e dos seus sentimentos. A professora Margaret Livingstone da Universidade de Harvard arguiu que a percepção do sorriso é adquirida através de frequências visuais baixas, o que o torna visível através da visão periférica. [12] Christopher Tyler e Leonid Kontsevich do Instituto Smith-Kettlewell para a Investigação do Olho (São Francisco) acreditam que a natureza em mudança do sorriso é causada por níveis variáveis do ruído aleatório no sistema visual humano. [13] O historiador Maike Vogt-Luerssen discute que Isabel de Aragão (considerada como modelo) era infeliz porque o seu marido era alegadamente impotente, alcoólico e propenso à agressão física. Isabel descreveu-se como a mais infeliz esposa do mundo.
Um algoritmo de computador desenvolvido na Holanda pela Universidade de Amsterdão, em colaboração com a Universidade de Illinois nos Estados Unidos, descreveu o sorriso de Mona Lisa como uma mulher 83% feliz, 9% enjoada, 6% atemorizada e 2% incomodada [14]




[editar] Influência e aspectos culturais

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Mona Lisa, graffiti no Porto
A Mona Lisa, enquanto quadro mais famoso do mundo, adquiriu um estatuto de ícone cultural. São numerosas as suas reproduções e utilizações na publicidade, objectos do dia a dia e como referência cultural. Algumas incluem:
  • Em 1919, o dadaísta Marcel Duchamp pintou sobre uma reprodução barata da Mona Lisa um bigode e uma pêra, e a inscrição LHOOQ (que significa Elle a chaud au cul, algo como Ela tem fogo no rabo, em português)
  • Em 1950, Mona Lisa, uma balada de Nat King Cole em tributo ao quadro, foi o single mais vendido durante 8 semanas, atingindo 3 milhões de cópias vendidas, e premiado com um Oscar para a Melhor Canção numa Banda Sonora. Outras canções sobre o quadro são Mona Lisas and Mad Hatters de Elton John (Honky Chateau, 1972), Mona Lisa de Willie Nelson (Somewhere over the Rainbow, 1981), Mona Lisa de Slick Rick (The Great Adventures of Slick Rick, 1988) e A Mona Lisa dos Counting Crows (inédita, 1992).
  • O cantor e compositor de música popular brasileira Jorge Vercilo compôs e gravou em 2006 uma canção chamada "Mona Lisa".
  • É muito popular no Brasil uma representação da Mônica (principal personagem da turma da Mônica) igual à Monalisa.


[editar] Referências

  1. Saber Cultural
  2. Quem foi Mona Lisa?
  3. Mona Lisa faz 500 anos
  4. 1911: Mona Lisa é roubada
  5. Mona Lisa era vizinha de Da Vinci, diz estudioso italiano
  6. Cientistas dizem ter acabado com o mistério da Mona Lisa
  7. Confirmada identidade da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci
  8. Mona Lisa sorriu por gravidez ou filho, diz pesquisa
  9. Maike Vogt-Lüerssen: "Behind that secret smile".
  10. Maike Vogt-Lüerssen: "Mona Lisa and her family" (site do Internet Archive - original offline)
  11. BBC News: "Ageing Mona Lisa worries Louvre"
  12. Margaret Livingstone: "Mona Lisa smile secrets revealed"
  13. Christopher Tyler e Leonid Kontsevich: "Noisy secret of Mona Lisa's smile"
  14. Universidade de Amsterdão e Universidade de Illinois: "Computador decifra segredo do sorriso da Monalisa"


[editar] Ver também



[editar] Ligações externas


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