22/04/09

Hoje é Dia da Terra, um Dia Muito Importante para todos nós!

«Dia da Terra: As florestas e a água


22 de Abril de 2009, 00:21
As florestas têm grande influência na precipitação antes de chegar ao solo, interceptando e redistribuindo a água.

No início do século XX existiam várias dúvidas quando se abordava a questão da influência das florestas no ciclo de água. Dizia-se que, comparativamente com outros cobertos vegetais, as florestas eram responsáveis pelo aumento de precipitação e de humidade. Desta forma numa dada área, a remoção do coberto florestal implicaria a diminuição da precipitação e consequentemente a diminuição do caudal das linhas de água.


Em meados do século, estudos realizados em florestas temperadas permitiram verificar que parte das diminuições de precipitação associadas à remoção das florestas, deviam-se essencialmente à redução de intercepção do nevoeiro que provoca o gotejo, tendo o seu efeito directo na precipitação pouca importância (verificou-se apenas diminuições de precipitação total de cerca de 5% no máximo).


No caso da Amazónia, floresta tropical de grande área, reconhece-se a sua influência significativa na humidade da atmosfera e precipitação (30%) numa larga área de zonas adjacentes. Em zonas como na Escandinávia, a influência das florestas é pouco importante, devido aos padrões de precipitação serem essencialmente geridos pelas cadeias montanhosas que interagem com as massas de ar em movimento. Mas note-se, que as florestas não deixam de ser responsáveis pela criação de microclimas húmidos.


A importância das florestas para a precipitação deve-se sobretudo à capacidade que estas têm de a interceptar e redistribuir.


O coberto florestal intercepta muita da precipitação, e apenas uma pequena parte desta chega à superfície do solo. Da mesma forma, a maior parte do orvalho ou da geada é acumulada pelas árvores durante a noite para evaporar na manhã seguinte. O regresso da água interceptada à atmosfera depende da capacidade do coberto para a interceptar, da energia disponível (em forma de radiação solar) para a evaporar e do movimento e humidade do ar. A evapotranspiração (evaporação da água interceptada e transpiração da água dos tecidos vegetais) nas florestas é 3 a 5 vezes superior à que se verifica em cobertos rasteiros em condições climatéricas idênticas. As florestas têm maior altura, maior rugosidade aerodinâmica portanto, e quando há movimento do ar cria-se uma atmosfera turbulenta que facilita as trocas de vapor entre as árvores a atmosfera, o que implica a maior evaporação. Por outro lado, as árvores exploram água num maior volume de solo pelo que têm maior transpiração.


A água interceptada pelas copas das árvores pode ser redistribuída também, para o solo, directamente ou por queda dos ramos e das folhas (precipitação interna) ou por escorrimento pelo tronco. A água que atinge o solo pode escorrer pela superfície ou infiltrar-se. Nos solos florestais a infiltração é normalmente rápida devido à existência de elevada porosidade e material orgânico que permite armazenar a água, o que leva a que os escorrimentos superficiais sejam curtos. Parte da água infiltrada pode ser absorvida em conjunto com nutrientes pelas raízes das árvores, e translocada para a parte aérea onde pode ser transpirada.


A água que não é evapotranspirada e não fica armazenada no solo pode ficar armazenada em lençóis freáticos ou chegar às linhas de água. O tempo que a água leva a chegar à linha de água depende de ter sido infiltrada ou escoada. O movimento da água no solo depende da textura e estrutura deste. Um solo fino e de textura grosseira entrega rapidamente a água da precipitação às linhas de água, mesmo quando não ocorre escorrimento superficial, enquanto que um solo de textura fina, fundo ou com grandes quantidades de matéria orgânica armazena água e a chegada desta às linhas de água é retardada. A partir do momento em que a capacidade de armazenamento de água pelo solo é excedida, a contribuição para o caudal das linhas de água deixa de estar dependente das características do solo.


Artigo: Naturlink - Nuno Leitão» in http://noticias.sapo.pt/info/artigo/990519.html

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Dia da Terra: sete pecados da insustentabilidade do desenvolvimento em Portugal

22 de Abril de 2009, 00:21

No Dia da Terra, a associação Quercus identifica o que considera serem os maiores problemas de desenvolvimento sustentável que Portugal apresenta, alertando para as principais questões de fundo na área do ambiente que afectam o nosso País.



1. Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável - no esquecimento


Oito meses após a realização da Cimeira das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento em Joanesburgo continua-se sem notícias do prometido Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável. Temos assim uma Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável que foi feita apressadamente para respeitar os compromissos europeus, mas que na prática de nada vale. A integração das valências sociais, económicas, ambientais e institucionais, aglutinando os Planos e Estratégias das diferentes áreas do Governo numa perspectiva de longo prazo, parece ser um objectivo cada vez mais longínquo, falhando assim as promessas do Sr. Primeiro-Ministro anunciadas na altura da Cimeira da Terra. No Dia da Terra, o esquecimento do desenvolvimento sustentável, quer no discurso, quer na prática governamental e autárquica, onde as medidas anunciadas contrariam uma lógica de soluções de raiz e de montante, é sem dúvida uma das maiores falhas.


2. Ordenamento do Território – remodelação do financiamento às autarquias


Numa altura em que o Governo resolveu reformular as taxas relativas ao Imposto de Sisa e Contribuição Autárquica, é importante sim desenvolver toda uma reflexão sobre o modo de distribuição do financiamento público de forma a contrariar o contínuo estímulo a mais e mais construção. Isto é, é fundamental uma nova Lei de Finanças Locais, onde uma componente ambiental ganhe uma forte ponderação, de modo a permitir que autarquias que tenham áreas com fortes limitações à construção e com importantes valores naturais e paisagísticos sejam claramente favorecidas, em detrimento de um critério que não se baseie essencialmente o número de habitantes e a área ocupada.


3. Energia – Portugal aumenta drasticamente a sua intensidade energética


Numa altura de recessão económica, com um decréscimo do Produto Interno Bruto durante alguns meses, Portugal apresenta uma situação inédita - de acordo com resultados preliminares anunciados recentemente em várias conferências, o consumo de energia entre Janeiro de 2002 e Janeiro de 2003 aumentou mais de 8%. Portugal, que já era o país europeu com pior desempenho em termos de intensidade energética, vê-se assim numa situação ainda mais grave; a intensidade energética é um indicador do consumo de energia em relação ao PIB, significando assim que estamos a consumir muito mais energia face ao desenvolvimento económico que apresentamos. Por outras palavras, estamos a desperdiçar cada vez mais recursos e energia. Ao contrário de haver uma política com forte incidência na contenção da procura de energia, continua-se, por exemplo no sector da produção de electricidade, a justificar que o que é necessário é ter maior capacidade de produção, nomeadamente com a defesa da construção da Barragem do Sabor, destruindo mais uma fracção do património natural valioso do País.


4. Transportes –maior gasto energético, mais emissões, mais congestionamento, mais ruído


Portugal não parece querer implementar as medidas de redução das emissões de gases poluentes, nomeadamente dos responsáveis pelo agravamento do efeito de estufa/alterações climáticas. Com concentrações de alguns poluentes muito acima dos limites da legislação europeia. No que respeita às grandes cidades, o tráfego rodoviário surge como a principal actividade responsável pelo agravamento da situação. Portugal é um dos cinco países que caminha para uma maior insustentabilidade na área dos transportes. A par da Bélgica, Espanha, Grécia, Itália, o volume de passageiros e de carga em relação ao PIB, aumentou na década de 90, em vez de diminuir, o que mostra uma maior ineficiência no transporte de pessoas e bens. Portugal está a meio da tabela no que respeita à utilização do automóvel privado por comparação com outros países europeus, mas é o quarto com maior peso no transporte de mercadorias por via rodoviária.


5. Recursos hídricos – 3 100 000 000 000 litros de água desperdiçados anualmente em Portugal


No Ano Internacional das Águas Doces declarado pelas Nações Unidas, é importante lembrar um dos aspectos mais importantes da gestão de recursos hídricos - a poupança da água ou o seu uso eficiente. Desde a sua aprovação pelo anterior Governo em Dezembro de 2001, um dos mais importantes instrumentos para a poupança da água está na gaveta - o Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água. Este programa descreve detalhadamente 87 medidas, das quais 50 destinam-se ao sector urbano, 23 ao sector agrícola e 14 ao sector industrial, sendo que várias das medidas do sector urbano se aplicam também ao sector industrial. Os maiores desperdícios de água verificam-se na agricultura - 2 750 milhões de metros cúbicos (88% do total de perdas), sendo o abastecimento para consumo humano e a indústria responsáveis respectivamente por 8% e 4% das restantes perdas.


6. Conservação da Natureza – Rede Natura sem ordenamento, cedência total no ordenamento dos Parques Naturais


Muitos dos objectivos cruciais da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade continuam por concretizar. Continuamos com atrasos na realização e implementação de Planos de Ordenamento do Território para a grande maioria das nossas áreas protegidas, a que se acrescenta a necessidade de ordenar as novas áreas agora incluídas na Rede Natura 2000. No que respeita às discussões públicas associadas por exemplo aos Planos de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida e do Guadinana, o Ministério do Ambiente está a fazer cedências inacreditáveis nas áreas da construção, pesca, recreio, pondo em causa directamente a preservação dos valores naturais que motivaram a classificação como Área Protegida, ou o respeito pela legislação europeia relativa à Rede Natura.


7. Resíduos – reutiliza-se menos, recicla-se apenas um pouco mais, e quer-se incinerar muito mais


A reutilização das embalagens (embalagens com tara de retorno), depois de medidas legislativas tomadas no final da década de 90, deixou de fazer parte das prioridades de gestão de resíduos e é cada vez menor. A reciclagem de resíduos urbanos está longe do desejável e daquilo que seria possível fazer. A queima de resíduos, uma solução de fim de linha, é afinal a solução que infelizmente se preconiza. Quando o desejável seria a promoção da transformação da matéria fermentável (quase 50% dos resíduos urbanos) em composto agrícola, com ou sem aproveitamento energético, a quantidade de resíduos per capita não pára de aumentar, a reciclagem é de apenas alguns pontos percentuais do total de resíduos e a solução simplista que se quer desenvolver é a incineração, com instalações previstas para a Região Centro e S. Miguel nos Açores, o início de funcionamento da instalação da Madeira, para além eventual da expansão das unidades existentes em Lisboa e Porto.


Artigo: Naturlink - Direcção Nacional da Quercus/ Associação Nacional de Conservação da Natureza» in http://noticias.sapo.pt/info/artigo/990505.html

2 comentários:

  1. Helder, quanto a isto supra dito, há pequeninos gestos que bom seria começassem a entrar no nosso habitual quotidiano: 1º) não imprimir senão o estritamente mas estritamente necessário... e veja-se que de desperdício vai em publicidade e em papel carregado de tinta quase irreciclável... 2º) não desperdiçar nem uma gotinha de água bem preciso... e veja-se garrafinhas bebidas até meio e autoclismos com capacidade superior à necessária estritamente falando; não custa nada colocar uma botelha ou garrafa de agua bem fechada no interior do depósito do autoclismo. 3ª) não manter nunca nenhuma luz piloto acesa (conselho de Al Gore na «verdade inconveniente» filme que passou há coisa de um ano. 4º) (e em relação com o ponto 1º) pedir e exigir as facturas electrónicas 5º não desperdiçar nem uma migalhinha do pão nosso de cada dia... 6º) não jogar lixo indestintamente fora e separar cartão e papel, vidro, plástico, lixo doméstico... 7º) e para quem agriculta: produzir autonomamente seu próprio adubo ou estrume. 8º) deslocar-se o menos possível de viatura própria e partilhar transporte com colegas de trabalho... 9º) ler e-books em vez de adquirir livros impressos 10º) e último ponto do bem viver em respeito para com o planeta (este muito meu e controverso, vão lá os juristas desmeandrar-lhe as minúcias: em tudo quanto é bem espiritual facultar a custo zero e via net esse património sem esperar nem reivindicar «direitos de autor».
    Só assim caminharemos para um Terra pátria comum de uma comum família humana e sem pecados ecológicos que fariam arripiar de horror o bom povorelo Francisco o das aves do ar e o das chagas do amoroso Senhor a quer oramos incessantemente : Salvai nossa Terra, Senhor, queremos dá-la a uma posteridade inúmera como as estrelas do céu e as areias de mar e as gotínhas de oceanos... Não deixes de renovar connosco a promessa que fizeste a nosso pai Abraão!
    Abraço, Helder, viva o Olo, o Sado, o Tâmega, o Tua, o Sado, o Douro e o Tejo o Mondego e o Guadiana livres das toneladas de sujeira que são a produção desta sociedade desesperada em que agónico o mafarrico estrebucha por lhe faltar o campo de acção, qu perto é o dia dos anjos de Deus! Sejamos racionais, amigo, e seremos verdadeiramente humanos!

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  2. Caro Amigo Ôchoa!
    Urge parar para repensar este Planeta!
    Mas andam todos inebriados com o Salvador Obama!
    Esperemos que as pessoas queiram mudar!
    Os nossos filhos dependem disso...

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