14/09/08

Política Nacional - O "Magalhães" é fabricado ou montado em Portugal!?



«Computador Magalhães

Foi anunciado como o primeiro computador português, mas não é bem assim. O Magalhães é originalmente o Classmate PC, produto concebido pela Intel no sector dos NetBooks, que surge em reacção ao OLPC XO-1, que foi idealizado por Nicholas Negroponte.

Será, no fundo, um computador montado em Portugal, mais propriamente pela empresa JP Sá Couto, em Matosinhos. Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto.

Quem vence a guerra dos portáteis para crianças?

Este computador ultraportátil já está à venda em vários países, inclusivamente o Brasil, mas nem sempre é conhecido pelo mesmo nome. A ideia não é portuguesa, mas irá dar postos de trabalho na montagem dos componentes. Também permitirá manter bem viva a acção das empresas de comunicações, que irão fazer mais alguns milhares de contratos de acesso a Internet. São 500 mil portáteis disponíveis para as crianças dos seis aos dez anos. Um agrado para os mais novos, que com certeza também satisfará os pais.

Na Indonésia o «Magalhães» é conhecido pelo nome de «Anoa», na Índia é o Mileap-X series, na Itália é o Jumpc e o no Brasil é conhecido por Mobo Kids. O Governo do Vietname percebeu o sucesso da oferta e já o colocou nas escolas a preço reduzido. Uma ideia agora adoptada por José Sócrates.


E.escolinhas depois do E.Escolas


Garantida a distribuição de 500 mil computadores, resta saber em que condições isso irá ser feito, uma vez que também foi anunciada a parceria com a Vodafone, Optimus e TMN. Como disse o primeiro-ministro, o «Magalhães» surgirá no âmbito do programa «E.escolinhas», na senda do «E.Escolas».

Ou seja, os 0 euros, 20 euros e 50 euros de custo (consoante o apoio social) poderão estar ligados a um contrato de fidelização à empresa de telecomunicações devido ao acesso à Internet. Esse dado não foi revelado, mas caso se confirme levará as famílias a despender mais de uma dezena euros durante vários meses (possivelmente 36).

Ficou assente que os computadores vão integrar conteúdos educativos validados pelo Ministério da Educação, que os operadores deverão carregar nos portáteis antes de os entregarem às crianças, para além de filtros de segurança. Vão surgir em versão Windows XP e Linux & Caixa Mágica.

Exportação?


José Sócrates pretende exportar este produto, se possível para a América Latina, África ou Europa, mas isso só será possível depois da concepção para Portugal. Segundo Craig Barrett, presidente do Conselho de Administração da Intel, em declarações à SIC, existem outros países interessados em montar o Classmate PC no seu país, como acontece no México e no Brasil. Isto sabendo que a Intel já tem uma fábrica na Irlanda
.
Quanto a investimento, não há dúvida: «A Intel não gastou nada, contribuirá com o conhecimento». O dinheiro saiu todo do lado português, com a intenção de vir a potenciar a fábrica de Matosinhos, sendo que no início apenas 30 por cento da tecnologia incorporada é nacional mas até final do ano será 100%, tirando o microprocessador da Intel.


Intel como conselheira tecnológica


Aliás, ao contrário da pompa e circunstância difundida pelo Governo, a notícia teve um outro impacto a nível internacional, sendo considerado um grande negócio para a Intel na guerra pela liderança no mercado dos Netbooks com a rival OLPC (One Laptop Per Child & Um Computador Por Criança).

Segundo a porta-voz da empresa, Agnes Kwan, para além da maior venda de sempre destes computadores, a Intel passará a ter direito de conselheira tecnológica do Ministro Mário Lino, que está a liderar o programa. A mesma porta-voz diz que estes computadores (Classmate PC) já estão presentes em mais de 30 países, relata a agência Associated Press.» in http://diario.iol.pt/tecnologia/intel-magalhaes-tecnologia-socrates/977084-4069.html
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Em primeiro lugar gostava de referir que, se há área em que este governo tem trabalhado bem é na difusão das Novas Tecnologias, mormente, no meio escolar. Aliás, considero o "choque tecnológico" uma alavanca fundamental para o desenvolvimento de toda a economia portuguesa, com perspetivas de grandes reflexos no futuro a médio/longo prazo. Agora, continuo a dizer que o Engenheiro Sócrates, O Anunciador, poderia ter mais humildade e parcimónia nas suas palavras; é que da conceção, a montar ou produzir... vai uma diferença!


2 comentários:

  1. Ufa! Ainda bem que concordas comigo. É que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa.
    Não sou PS, não votei PS, não gosto de muito do que tem sido feito na nossa área, na área da saúde, da justiça e etc... mas bolas, apesar da campanha eleitoral, até que nesta área das novas tecnologias se têm portado bem.
    Apreciei a tua isenção.

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  2. Claro que devemos ser o mais isentos possíveis, na medida em que a nossa condição humana o permita. Este é um bom projecto e tem um nome muito bem escolhido, de um navegador, Fernão de Magalhães, que na sua época, fez muita pela comunicação entre povos afastados. Mas se às vezes criticamos o Eng. Sócrates, que raramente aparece nos maus momentos, prefere anunciar medidas, ele não deve andar a dizer que é "bota abaixo"; eu lembro-me deste senhor na oposição. Antes da política devemos colocar o país e sim senhor, este governo está a trabalhar muito bem no que diz respeito à Novas Tecnologias. Mais cego é aquele que não quer ver...

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