29/09/08

Educação em Portugal - A farsa e o mau estar instalados nas Escolas portuguesas!









«Escolas querem notas dos alunos fora da avaliação

Professores reclamam suspensão do parâmetro com base numa recomendação do CCAP
00h30m
ALEXANDRA INÁCIO
Há escolas que se preparam para pedir a suspensão do parâmetro referente aos resultados dos alunos na avaliação de desempenho, com base num documento produzido pelo Conselho Científico para a Avaliação de Professores.

Uma escola de Vila Real poderá enviar para o Ministério da Educação um abaixo-assinado defendendo a suspensão do parâmetro B (resultados escolares). No Estoril há outra. Há também um caso, na região Centro, cujo Conselho Pedagógico se recusou a aprovar os instrumentos de avaliação e os professores, em reunião geral, se preparam para pedir a suspensão do processo.
Os sindicatos não identificam os estabelecimentos para não os sujeitarem a "pressões antecipadas" da tutela. Dizem que nas escolas se vive "um clima de medo", e que o processo de avaliação está longe de ser tranquilo. "Até ao final do ano, o movimento voltará a ser nacional", garantiu, convictamente, ao JN Carlos Chagas, presidente do FENEI/Sindep.
"Quando os professores perceberem que o seu esforço é inglório e que a avaliação - da qual depende a sua progressão na carreira - resulta de uma apreciação subjectiva reagirão de forma consistente e nacional. Não tenho dúvidas", insistiu.
No "mail verde" que criou para acompanhamento do processo, a Fenprof já recebeu mais de 500 queixas, em quatro meses. "E a procissão vai no adro", comenta ao JN Mário Nogueira.
"Há escolas que definiram metas de sucesso, por exemplo de 80%, e se o professor não a cumpre é penalizado na avaliação. É inaceitável", afirma o secretário-geral da Fenprof, que tal como a FNE e o Sindep recusam, liminarmente, que os resultados dos alunos façam parte dos parâmetros de avaliação de desempenho.
O CCAP recomenda que os resultados sejam "uma responsabilidade partilhada pela escola e pelo docente". Já a Associação Nacional de Professores, não discorda com o princípio desde que não se focalize nas notas. "Há testes padronizados aplicados aos alunos, muito usados nos EUA" que podem medir "a evolução da aquisição de conhecimentos", defendeu João Grancho. O problema, insistiu, "é que as escolas ainda não têm uma cultura de avaliação. É preciso tempo e formação, que não se centre na divulgação do diploma legal, mas na organização prática do processo".» in
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1019131

«Conselho alerta para o risco de a avaliação ser "irrelevante"

"O Conselho considera que, a par das oportunidade que se abrem, como é próprio dos processos de mudança, se corre o risco de a avalição se constituir num acto irrelevante para o desenvolvimento profissional dos docentes, sem impacto na melhoria das aprendizagens dos alunos que conviria evitar desde o início".
O alerta não consta de um comunicado emitido por um sindicato de professores, mas dos "Princípios orientadores sobre a organização do processo de avaliação do desempenho docente", documento produzido pelo Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP), criado e tutelado pelo Ministério da Educação.
O Conselho alerta para os riscos da burocratização excessiva e recomenda às escolas que organizem "um dispositivo de avaliação congruente com o projecto educativo e o plano de actividades das escolas".
O problema é que muitas escolas ainda não alteraram os seus projectos educativos a partir dos quais serão definidos os objectivos individuais dos docentes, garante João Grancho. "Já perdemos muito tempo no braço de ferro sobre a aplicação do modelo no ano lectivo anterior", lamenta o presidente da ANP, considerando que a insistência do Ministério da Educação "em queimar etapas" só prejudicará avaliadores e avaliados.
O CCAP recomenda às escolas que durante este ano lectivo, aprofundem "os instrumentos de monitorização das aprendizagens, de forma a consolidar uma cultura de avaliação e estar em condições de interpretar os indicadores de resultados escolares".» in http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1019128
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Eu só questiono se existe alguma classe em Portugal que desperdice mais tempo em burocracia que os docentes Portugueses? Se isto é um Sistema Inteligente de Avaliação, é sinal que somos mesmo do Terceiro Mundo! Eu só vejo colegas sem tempo para preparar aulas, eu só vejo instalar-se um clima de domínio do papel sobre o individuo. O controlo, feed-back e a avaliação de um Sistema de Informação, em qualquer Instituição/Empresa, não podem absorver mais tempo que a produção útil, pelo menos assim o dizem os tratados de Gestão mais recentes. Também dizem que o papel deve ser eliminado ao máximo e não será igualmente uma contradição, investir tanto em Tecnologia nas Escolas e ver aumentar o número de capas de arquivo em papel? Só sei que não vejo caras felizes em quem tem que dar aulas felizes, para fazer alunos felizes, numa Educação que se quer Feliz e Eficaz. Eu já só vejo capas poeirentas de papeis velhos que ninguém irá ter tempo para ler, mas em que se gastarão muitas energias a produzir... burocracia! Simplifiquem Senhores, deixem de ser autistas, sejam mais Magalhães na substância e menos na aparência, Senhores que nos tutelam!

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