19/02/08

Sérgio Godinho - O Músico Português cuja música que compõe, toca e canta, atravessa gerações!




Sérgio Godinho - "Primeiro Dia"

Sérgio Godinho - "Às vezes o amor"

Sérgio Godinho - A Noite Passada

Sérgio Godinho - "Com um brilhozinho nos olhos"

Sérgio Godinho - "Lisboa que Amanhece"

Sérgio Godinho - "Dancemos no Mundo"

Sérgio Godinho - "Coro das Velhas"

Sérgio Godinho - "Elixir da Eterna Juventude"

Sérgio Godinho - "Bom Prazer"

Sérgio Godinho - "Domingo no Mundo"

Sérgio Godinho - "No Lago de Breu"

Sérgio Godinho - "O Espectáculo"

«Sérgio Godinho

Sérgio Godinho (Porto, 1945) é um poeta, compositor e intérprete de canções português.
Além de autor, compositor e cantor é, um pouco à imagem do personagem da sua música “O Homem dos 7 Instrumentos”, artisticamente multifacetado, sendo actor com diversas participações em filmes, séries televisivas e peças teatrais, dramaturgo, com assinatura de algumas peças de teatro e ainda realizador, entre outras actividades.

Como tantos outros, aos 20 anos sai de Portugal, voltando as costas à guerra colonial. Permanece 9 anos afastado do país. A sua maior ligação é com a capital francesa, Paris, onde integra por dois anos o elenco do musical “Hair” e começa a esboçar as suas primeiras músicas, tomando contacto com outros músicos portugueses, como José Mário Branco, Zeca Afonso e Luís Cília. Passou ainda por Amsterdão, Brasil e Vancouver.

Em 1971 colabora no primeiro álbum a solo de José Mário Branco, Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, e viria nesse mesmo ano a concretizar a sua estreia discográfica ao gravar, em solo francês, o LP Os sobreviventes. Gravou ainda no exílio o álbum Pré-histórias (1972).

Ainda que constantemente censurados, estes álbuns conseguiram alcançar popularidade entre o público português no ano seguinte, tendo inclusivamente a imprensa premiado Sérgio como “Autor do ano” e Os Sobreviventes como “Disco do ano”.

Já no Canadá, casa-se com sua primeira mulher, Shila, colega na companhia de teatro The Living Theatre. Estabelece-se numa comunidade hippie em Vancouver, e é aqui que irá receber a notícia da revolução do 25 de Abril, que o leva a regressar a Portugal. Já em terras lusitanas, edita o álbum À queima-roupa (1974) com estrondoso sucesso, e corre o país, actuando em manifestações populares.

Desde então a sua carreira não mais parou; apesar de nem sempre ter obtido o correspondente êxito comercial, permaneceu como favorito da crítica e do público, sendo autor de algumas das canções mais aclamadas da história da música portuguesa, como "É terça-feira" e "Com um brilhozinho nos olhos".» in Wikipédia.


"Sérgio Godinho - O Primeiro Dia

A principio é simples, anda-se sózinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida."
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Sérgio Godinho é provavelmente o músico mais completo português, com uma linha sem oscilações por motivos comerciais e economicistas e com uma vida coerente com os valores que apregoa nas suas letras, já que é também compositor de letras. Aprecio a sua simplicidade e acho que quem é bom nalguma atividade, não precisa de se pavonear, nem de andar sempre sob as luzes da ribalta!


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