15/02/08

Maritimo 0 vs F.C. Porto 3 - Grande Vitória na Madeira!





«Categórico

Para quem acreditava em jogos iguais e coincidências, o Dragão da amena noite do Funchal fez questão de comprovar à evidência as virtudes que invalidam por completo qualquer espécie de superstição. A magistral reacção dos Bicampeões Nacionais ao turbulento início de jogo, expressa com absoluta classe e em dose tripla, é digna apenas dos (pre)destinados ao sucesso, repetido, que parece ser cada vez mais a imparável sina portista.
Como não só de avançados e de golos vive um desempenho categórico, a história desta partida escreve-se também pela pena de quem se entrega em sacrifício pela superação colectiva. Fucile fê-lo, irrepreensivelmente, aos 17 minutos, oferecendo o corpo à bola quando esta ameaçava dar vantagem à formação da casa. Este exemplo prático ilustra com requinte a essência que compõe o espírito do Dragão, em trânsito para o renovado êxito, que surge no horizonte com via cada vez mais desimpedida.
O lateral portista haveria de inverter posições vinte minutos depois, surgindo em posição privilegiada para um remate que só não teve sucesso porque Marcos respondeu em grande estilo, na melhor das várias ameaças portistas durante a agitada metade inicial do jogo. Ao longo dos primeiros 45 minutos, numa partida que cedo teve emoções à flôr da pele, mas que com a tranquilidade restabelecida viu desenhar-se em pleno a hegemonia de um líder sem medo de deslocações, também Lucho e Farías tentaram o que só o máximo goleador do campeonato conseguiu, com a habitual eficácia, em cima do intervalo. Isto já depois de o árbitro ter perdoado uma grande penalidade ao Marítimo, por falta sobre Farías.
Lisandro desatou, cuidadosamente, o nó que os visitados haviam apertado com todas as suas forças, mostrando uma vez mais a classe de quem assume em pleno a responsabilidade de construir, trabalhar e finalizar com êxito as oportunidades a que ninguém seria capaz de atribuir o devido pragmatismo e a respectiva eficácia.
A justa sentença deste encontro chegou ao cair do pano da primeira metade e transitou em julgado durante a etapa complementar. O vigor da entrada portista no segundo tempo foi de tal ordem, que todos adivinhavam o golo que Lisandro, primeiro, e Lucho, pouco depois, não conseguiram. Foi Tarik quem surgiu oportuno, no local e momento certos, para resolver o desafio, aproveitando um lance confuso na área madeirense para encostar a tranquilidade portista às redes da baliza contrária.
A partir daqui foi com deslumbre que se assistiu a um verdadeiro recital, encenado e interpretado pelos artistas que, a cada jornada, se encontram mais solidamente no topo. O culminar da fantástica demonstração de distinção azul e branca surgiu pelos pés de Lisandro, que elevou para 16 a conta pessoal de remates certeiros no que vai de campeonato, dando a inevitável sequência de sucesso a um lance de absoluta beleza, delicadamente esculpido por Lucho e Quaresma.
Mais não era preciso. Bastava esta jogada para que se percebesse que os argumentos do líder do campeonato não se constrangem com desaires passados e supostas tradições desfavoráveis. Quem pode, manda, não deixa que outros decidam por si.

FICHA DO JOGO:
Liga Portuguesa 2007/08 - 19ª jornada (15 de Fevereiro de 2008)
Estádio dos Barreiros, no Funchal
Árbitro: Pedro Henriques (AF Lisboa)
Assistentes: José Lima e Hernâni Fernandes
4º Árbitro: Marco Ferreira

CS MARÍTIMO: Marcos; Ricardo Esteves, Antoine, Ediglê e Evaldo; João Luiz, Bruno, Marcinho e Djalma; Márcio Mossoró e André Pinto
Substituições: André Pinto por Kanu (64 m), Marcio Mossoró por Gonçalo (74 m) Não utilizados: Bruno Grassi, Gregory, Briguel, Tito e Fábio Felício
Treinador: Sebastião Lazaroni

F.C. PORTO: Helton; Fucile, Bruno Alves, Pedro Emanuel «cap.» e Cech; Paulo Assunção, Raul Meireles e Lucho Gonzalez; Quaresma, Lisandro e Farias
Substituições: Farías por Tarik (66 m), Fucile por João Paulo (71 m) e Raul Meireles por Kazmierczak (73 m)
Não utilizados: Nuno, Stepanov, Lino e Mariano
Treinador: Jesualdo Ferreira

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Lisandro (45 e 83 m) e Tarik (69 m)
Disciplina: Cartão amarelo para Lucho Gonzalez (21 m), Djalma (21 e 61 m), Raul Meireles (44 m), André Pinto (45 m), Kazmierczak (75 m) e Pedro Emanuel (80 m)» in Site F.C. do Porto.

Esta foi sem dúvida, uma vitória muito importante para as aspirações do F.C. do Porto, na busca do Tri-Campeonato! Uma deslocação à Madeira é sempre muito complicada, que o diga o F.C. do Porto que perdeu este ano na Choupana, frente ao Nacional da Madeira, pela primeira vez neste campeonato. O Marítimo é, sem dúvida, um adversário muito difícil, principalmente no Funchal, tendo o F.C. do Porto fracas recordações desta deslocação, nas últimas épocas. Contudo, não tivemos a habitual eficácia de Farias, mas tivemos a costumeira de Lisandro e o regresso em grande de Tarik. Bravos jogadores do F.C. do Porto que nas vésperas de uma importante deslocação à Alemanha para defrontar o Shalke04, numa partida a contar para os oitavos de final da Liga dos Campeões, souberam respeitar este valoroso adversário, o Marítimo; doutra forma seria difícil ganhar na Madeira. Esta nomeação do Sr. pedro Henriques para este jogo, além de ser uma provocação, mais uma de muitas à Instituição F.C. do Porto, é um absoluto contra-senso. Achava eu que a lei é bem clara, não pode haver lei da vantagem numa falta passível da marcação de uma grande penalidade. Se não viu a falta, aí já é um problema de saúde, precisa de ir ao oftalmologista. Mas, diz o povo com a sua sabedoria: "Mais cego é aquele que não quer ver..." Não faz mal, os cães ladram, a caravana passa! Vamos Porto, vamos agora para a Alemanha, mostrar a chama e a raça do Dragão!
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Imagens do primeiro golo desta partida, mais um do goleador mor da SuperLiga, Lisandro Lopez, ou "Licha", nome de guerra!

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