25/02/08

Educação em Portugal - Vive-se hoje um ambiente de grande crispação nas Escolas Portuguesas!


«Educação: Associação Nacional de Professores pede audiência a Cavaco Silva por causa de "crescente crispação" no sector

Lisboa, 25 Fev (Lusa) - A Associação Nacional de Professores (ANP) manifestou-se hoje apreensiva com "a crescente crispação" que se vive no sector da Educação e solicitou audiências com o Presidente da República, Cavaco Silva, e com todos os grupos parlamentares.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ANP, João Grancho, justificou esta medida com "a crescente crispação que se sente e a completa insensibilidade do Ministério da Educação para abordar os problemas do sector de forma consistente, séria e aberta".
"Esgotado o plano formal com o Governo, mais não há do que nos dirigirmos ao Presidente da República, que tem vindo a mostrar uma outra sensibilidade", afirmou João Grancho.
De acordo com o responsável, a ANP decidiu ainda solicitar audiências com todos os partidos com assento na Assembleia da Repúlica, a quem "compete a fiscalização, acompanhamento e controlo da acção governativa", tendo em vista a agilização de mecanismos para que no último período as escolas não descambem para uma situação de caos.
"Tudo aponta para isso, tendo em conta a instabilidade e intranquilidade que as escolas já vivem actualmente. A ministra, pelo simples facto de legislar e falar com um ou outro membro de conselhos executivos está convencida de que está por dentro da alma dos professores e que toda a dinâmica colocada nas escolas não interfere com a actividade lectiva", acrescentou João Grancho.
Segundo o presidente da ANP, o Governo deverá rever algumas das últimas decisões que tomou, nomeadamente a avaliação de desempenho, processo com o qual a associação afirma concordar em termos de substância mas não de implementação.
"Se bem que concordamos com a substância, não concordamos com a forma de implementação, designadamente a quantidade imensa de critérios, instrumentos e formulários que vão ser utilizados", afirmou.
No sábado, cerca de 2.000 professores concentraram-se nas Caldas da Rainha, Leiria e Porto em protestos convocados por telemóvel, correio electrónico e blogues, numa iniciativa à margem das estruturas sindicais para contestar a política educativa do Governo.
Já os sindicatos, organizam no dia 08 de Março, por iniciativa da Fenprof, uma manifestação nacional que designaram por "Marcha da Indignação", igualmente contra as políticas da equipa da ministra Maria de Lurdes Rodrigues e os "reiterados ataques à escola pública e aos professores".
Para a Associação Nacional dos Professores, o cerne desta questão é a forma "como o Governo encara a participação cívica".
"O Governo só ouve os sindicatos, mas só ouve. Não acolhe qualquer tipo de perspectiva. A atitude da tutela é que tem de mudar. Esta equipa do ministério da Educação peca um pouco por ausência de cultura democrática", acusou.
MLS.
Lusa/Fim» in http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/23ef5fb4f880f1bb46c2d1.html
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Continuo a dizer que o grande mal deste governo e desta Ministra da Educação em particular, foi ter lançado uma campanha miserável contra a classe docente. Sei que nos países mais desenvolvidos, os professores são considerados como uma componente muito importante, para a coesão socioeconómica. Em Portugal e depois desta vil perseguição, o professor foi desqualificado e qualquer dia estamos como na América Latina terceiro-mundista, em que a educação não é considerada como um bem de primeira necessidade, levando a que o desenvolvimento desses países seja incipiente e onde grassa a corrupção e a miséria social e financeira. No inicio deste ano lectivo, assistiu-se a que em muitas escolas, os Conselhos Executivos lançaram a questão da avaliação da classe docente como uma arma de arremesso, imbuídos do mais execrável revanchismo, sendo ainda mais penalizadores do que a tutela. Sendo gestores e pelas regras da gestão moderna de vanguarda, deveriam ser os primeiros a saber que a motivação das suas equipas, tem que ser o factor primordial para obter melhores resultados... parece que finalmente começam a ter mais senso, senão analisem os discursos desde o dia um de Setembro até agora! A tutela nunca deveria colocar o sucesso dos alunos como um dos factores fundamentais na dita avaliação docente, dado que, por muito que se passem alunos à pressão, o problema social que deveria ser resolvido pelo governo, permanece no seio familiar. Digo isto porque saiu hoje mais um estudo com a evidente conclusão de que em Portugal, em cada cinco crianças, uma corre o risco de sofrer de extrema pobreza. É sabido pela comunidade científica e não só, que o meio económico-social influencia a aprendizagem. Pode-se tentar maquilhar um problema social, mas não será disfarçando que se vai ao cerne da questão. Estou curioso com os Prós e Contras desta noite na RTP1, sempre quero saber se a Senhora Ministra continua com mais sensibilidade para a Educação, ou para o orçamento... Mas duvido, vai daí espero que o Senhor Presidente da Republica ponha mão nisto!
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Fazendo um pouco de humor e para quem ainda tiver pachorra, eis uma coisa muito engraçada e verosímil, sobre o caminho que a tutela quer trilhar:

Avaliação dos alunos - novas tendências pedagógicas

QUESTÃO PROPOSTA:
6 + 7 =

RESULTADO APRESENTADO PELO ALUNO:
6 + 7 = 18

ANÁLISE E AVALIAÇÃO DO PROFESSOR

ANÁLISE:

A grafia do número 6 está absolutamente correcta; O mesmo se pode concluir quanto ao número 7;
O sinal operacional + indica-nos, correctamente, que se trata de uma adição;
Quanto ao resultado, verifica-se que o primeiro algarismo (1) está correctamente escrito e corresponde de facto ao primeiro algarismo da soma pedida.
O segundo algarismo pode muito bem ser entendido como um três escrito simetricamente - repare-se na simetria, considerando-se um eixo vertical!
Assim, o aluno enriqueceu o exercício recorrendo a outros conhecimentos. A sua intenção era, portanto, boa.

AVALIAÇÃO:

Do conjunto de considerações tecidas nesta análise, podemos concluir que:

A atitude do aluno foi positiva: ele tentou!
Os procedimentos estão correctamente encadeados: os elementos estão dispostos pela ordem precisa.
Nos conceitos, só se enganou (?) num dos seis elementos que formam o exercício, o que é perfeitamente negligenciável.
Na verdade, o aluno acrescentou uma mais-valia ao exercício ao trazer para a proposta de resolução outros conceitos estudados - as simetrias - realçando as conexões matemáticas que sempre coexistem em qualquer exercício...
Em consequência, podemos atribuir-lhe um 'EXCELENTE' e afirmar que o aluno 'PROGRIDE ADEQUADAMENTE'.

1 comentário:

  1. Olha, e eu atribuo-te um excelente a esta postagem. E não estou a brincar!!
    Bem escrita, clara, ideias bem encadeadas, lúcida e ainda com sentido de humor... como conseguiste nos dias que correm?!
    Parabéns.

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